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RESUMO Introdução A prática do atendimento clínico integral à pessoa é um desafio enfrentado pelo educador médico, por instituições de ensino e por pesquisadores que tentam contribuir para que os estudantes desenvolvam competências educacionais que sintetizem conhecimentos, habilidades e atitudes para esse modelo. Objetivo O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto do treinamento de habilidades de comunicação na prática do método clínico de atendimento integral à pessoa, com ou sem o uso de registro específico para o atendimento. Métodos Participaram do estudo 46 estudantes do sétimo período do curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Uma combinação de atividades educacionais foi utilizada para propiciar a aquisição de habilidades de comunicação para o atendimento clínico integral à pessoa, como modeling example, seguido de reflexão individual e discussão, aula expositiva interativa e uso de formulário de registro específico para o atendimento clínico integral à pessoa (RACIP). O estudo foi dividido em quatro fases: (1) pré-treinamento: filmagem de atendimento clínico em ambiente simulado, realizado pelos 46 estudantes, com a utilização do modelo de registro de consulta vigente no HC-UFMG; (2) treinamento: os estudantes foram divididos em três grupos: G1 – submetidos à atividade educacional não relacionada ao atendimento clínico; G2 e G3 – submetidos a treinamento de habilidades de comunicação; (3) avaliação: filmagem de consulta em ambiente simulado, realizada por todos os grupos, sendo que G1 e G3 utilizaram o RACIP, e G2, o modelo de registro vigente; (4) feedback e oportunidade de mesma aprendizagem para todos os grupos. Os vídeos dos atendimentos clínicos realizados pelos estudantes, pré e pós-treinamento, foram avaliados por uma banca constituída por três avaliadores, utilizando-se o instrumento AVACIP (avaliação de atendimento clínico integral à pessoa), levando-se em consideração cinco domínios: início da consulta; expectativas do paciente sobre a consulta; perspectiva do paciente sobre sua doença; comportamento e hábitos de vida; uso de propedêutica complementar e aliança terapêutica. Resultado O escore total de atitudes positivas de cada grupo foi maior na Fase 3 em relação à 1 (p = 0,001), mostrando que todas as estratégias promoveram a melhora das habilidades de comunicação, mas não houve diferença entre os grupos em cada fase (p > 0,310). Quando os escores foram analisados por domínio, observou-se que o G3 apresentou melhor desempenho do que os outros. Conclusão O treinamento de habilidades em comunicação e o uso de modelo de registro específico para o atendimento melhoram o desempenho dos estudantes em relação ao atendimento clínico integral à pessoa. |