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Este artigo objetiva construir uma discussão acerca da viabilidade de se pensar a África ao Sul do Saara enquanto um espaço possuidor de uma “Idade Média”. Para tal, apresento uma breve discussão da genealogia do termo Medieval, Estudos Medievais e Medievalismo. Esta digressão é importante para que se perceba a relação íntima entre a historiografia sobre a Idade Média e a Europa. A partir disso, discuto as propostas “des-eurocentralizadoras” que vem com a abordagem pós-colonial dos Estudos Medievais e, a partir disso, discuto as implicações de se pensar um Medievo fora da Europa, em especial na África ao Sul do Saara. A partir destas reflexões, concluo que a tentativa de enquadrar espaços africanos na cronologia de uma Idade Média atua como uma forma de exportação de um Medievalismo Acadêmico: a África ao Sul do Saara se torna, mais do que um objeto de análise, um campo de criação de imagens idealizadas, romantizadas e instrumentalizadas com implicações epistemológicas e políticas para a compreensão histórica do continente. Portanto, o termo “África Medieval” não é neutro e precisa ser constantemente repensado e problematizado. |