Mulheres Médicas: Burnout durante a Pandemia de COVID-19 no Brasil

Autor: Gláucia Maria Moraes de Oliveira, Viviana Guzzo Lemke, Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva, Giordana Zeferino Mariano, Elizabeth Regina Giunco Alexandre Silva, Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva, Magaly Arrais dos Santos, Imara Correia de Queiroz Barbosa, Carla Janice Baister Lantieri, Elizabeth da Rosa Duarte, Maria Cristina Oliveira Izar, Karin Jaeger Anzolch, Milena Alonso Egea Gerez, Mayara Viana de Oliveira Ramos, Maria Antonieta Albanez Albuquerque de Medeiro Lopes, Emilia Matos do Nascimento, Nanette Kass Wenger
Jazyk: English<br />Portuguese
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Arquivos Brasileiros de Cardiologia (2022)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1678-4170
DOI: 10.36660/abc.20210938
Popis: Resumo Fundamento A COVID-19 adicionou um fardo enorme sobre os médicos ao redor do mundo, especialmente as mulheres médicas, que são afetadas pelo aumento da carga de trabalho e pela perda da qualidade de vida. Objetivo Avaliar os efeitos da pandemia de COVID-19 na qualidade de vida, burnout e espiritualidade de médicas brasileiras que atendem pacientes com COVID-19 direta ou indiretamente. Método Estudo prospectivo, observacional realizado de 28 de julho a 27 de setembro de 2020, no Brasil, com mulheres médicas de 47 especialidades, a mais frequente sendo a cardiologia (22,8%), sem restrição de idade. Elas responderam voluntariamente um questionário online com questões sobre características demográficas e socioeconômicas, qualidade de vida (WHOQOL-brief) e espiritualidade (WHOQOL-SRPB) e enunciados do Oldenburg Burnout Inventory. A análise estatística utilizou o software R, regressão beta, árvores de classificação e matriz de correlação policórica, com nível de significância de 5%. Resultados Das 769 respondentes, 61,6% relataram sinais de burnout. Cerca de 64% relataram perda salarial de até 50% durante a pandemia. Algumas relataram falta de energia para as tarefas diárias, sentimentos negativos frequentes, insatisfação com a capacidade para o trabalho, e que cuidar de outras pessoas não agregava sentido às suas vidas. Os sentimentos negativos correlacionaram-se negativamente com a satisfação com a vida sexual, a satisfação com as relações pessoais e a energia para as tarefas diárias. A incapacidade de permanecer otimista em tempos de incerteza correlacionou-se positivamente com a sensação de insegurança no dia a dia e com o não reconhecimento de que cuidar de outras pessoas trouxesse sentido à vida. Conclusão O presente estudo mostrou uma alta frequência de burnout entre as médicas brasileiras que responderam ao questionário durante a pandemia de COVID-19. Apesar disso, apresentavam uma qualidade de vida relativamente boa e acreditavam que a espiritualidade trazia-lhes conforto e segurança nos momentos difíceis.
Databáze: Directory of Open Access Journals