IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO MOVIMENTO TRANSFUSIONAL DE HOSPITAL ONCOLÓGICO DE SÃO PAULO

Autor: RC Soares, A Magagna, CF Antonio, CG Andrade, M Moraes, MEA Franco, JAD Santos
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 43, Iss , Pp S524- (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2021.10.905
Popis: Introdução: A pandemia de COVID-19 trouxe uma série de impactos sociais, econômicos, culturais e políticos para o país e o mundo. Na saúde, observamos a sobrecarga do sistema, com mudança do perfil epidemiológico dos pacientes e necessidade de reestruturação da rede de atendimento devido à alta transmissibilidade do vírus. No setor privado, observamos ainda redução das internações por doenças crônicas não transmissíveis e das cirurgias eletivas. Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia COVID-19 na demanda transfusional de um hospital privado de perfil oncológico na cidade de São Paulo. Método: Realizada análise retrospectiva, a partir de dados dos sistemas informatizados, do número total de hemocomponentes transfundidos. O movimento médio transfusional foi correlacionado com a taxa de ocupação hospitalar e oscilações de fases da pandemia na cidade de São Paulo. Resultados: Em 2019 tivemos um total de 7.869 transfusões e média mensal de 656 transfusões. Enquanto a taxa de ocupação média ficou em 86,04%. Em 2020 tivemos 6.618 transfusões, com média de 551 transfusões/mês e taxa de ocupação de 83,67%. No primeiro semestre de 2021 foram realizadas 3.472 transfusões, com média de 579 transfusões/mês e taxa média de ocupação de 83,07%. Analisando mês a mês, observamos as piores taxas transfusionais nos meses de maio, junho e julho de 2020 e todo período de 2021. As oscilações de fase da pandemia de covid-19 tiveram picos expressivos em julho e agosto de 2020 e março e abril de 2021. Discussão: Pacientes oncológicos, principalmente onco-hematológicos, demandam um elevado suporte transfusional durante o tratamento, não podendo ser postergado em grande parte dos casos. Os pacientes oncológicos, devido a imunossupressão, fazem parte do grupo de risco para Covid-19. Com isso, foram implantadas rigorosas medidas para contenção da propagação do vírus, tornando seguros os ambientes e atendimento, reduzindo o risco de exposição para os pacientes e colaboradores, como a restrição de acesso para visitantes e acompanhantes, reagendamento de consultas e cirurgias, fechamento do pronto socorro e encaminhamento dos casos suspeitos para rede referenciada. Houve queda na procura de atendimento hospitalar, redução de agenda cirúrgica eletiva e diminuição das taxas de ocupação e rotatividade de leitos. Consecutivamente, a redução do volume transfusional no cenário de pandemia foi inevitável em comparação ao período anterior (2019). Os períodos com reduções expressivas estiveram em concordância com o agravamento do cenário pandêmico. Conclusão: A redução do movimento transfusional está diretamente relacionada a queda da taxa de ocupação de leitos oncológicos e fases do cenário pandêmico na cidade de São Paulo. O movimento atual é de retomada no volume de atendimento e aprimoramento das práticas de medidas de proteção aos pacientes oncológicos em toda a linha de cuidado.
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