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Este é um estudo transversal com coleta de dados retrospectiva que analisou 356 pacientes internados em hospital universitário referência em casos graves por COVID-19 no período temporal da primeira e segunda onda no Rio Grande do Sul, Brasil. A mortalidade foi o desfecho de interesse e variáveis significativas foram submetidas à regressão de Poisson. Noventa e nove (27,8%) pacientes tiveram óbito como desfecho. Baixa escolaridade, admissão em mal estado geral, desnutrição, ausência de diagnóstico prévio de COVID-19, apresentar outros sintomas que não gripais ou respiratórios e ter polifarmácia foram mais frequentes nos pacientes que morreram. Foram encontradas taxa de filtração glomerular reduzida, D-Dímero, proteína C reativa, uréia e Razão Normalizada Internacional elevadas quando da admissão hospitalar dos pacientes que morreram. Não foram encontradas diferenças nos óbitos entre os períodos da pandemia. Após análise multivariada, os fatores relacionados ao óbito, em ordem decrescente de prevalência, foram institucionalização, ventilação mecânica prolongada (>21 dias) e por até 21 dias, alta Razão Normalizada Internacional na admissão, idade acima de 65 anos, necessidade de diálise e insuficiência respiratória aguda. Os resultados auxiliam no conhecimento do comportamento da doença e fornecem subsídios para treinamento e alocação de recursos em cenários de demandas exponenciais de atendimento, como surtos e epidemias. |