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Este livro foi produzido a partir da dissertação de mestrado defendida pela antropóloga Flávia Galizoni na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da USP, em 2000, sob a orientação de Renato Queiroz. A autora mostra os resultados de uma interessante pesquisa de antropologia rural, buscando compreender a relação da população do alto rio Jequitinhonha (Nordeste de MG) e o seu ambiente natural, fruto de uma convivência antiga, nem sempre pacífica, mas até então duradoura. Tais adjetivos podem ser usados também para qualificar a relação da autora com o Vale do Jequitinhonha: a pesquisa nasceu após anos de vivência no local e trabalho com comunidades rurais. Provavelmente daí surge o cuidado e o detalhamento dos casos levantados ao longo do texto, o que é propiciado também pela facilidade com que ela transita entre a teoria e a prática. O livro busca a compreensão de grupos de agricultores através de três eixos: terra e ambiente, família e migrações. A autora selecionou estes focos seguindo a trilha de autores como Wolf (1976), Boserup (1987), Holanda (1957) e Brandão (1981), entre outros citados ao longo do texto. A partir de uma pesquisa exploratória sobre os três eixos, foram identificadas as perguntas a serem respondidas e construiu-se a base para a realização da etnografia, baseada em trabalho de campo. |
