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O artigo pretende expor uma visão crítica sobre a teoria da secularização defendida por Carl Schmitt e sobre a reflexão de Martin Heidegger a respeito da metafísica do sujeito. Mais precisamente, nosso foco recai criticamente sobre a equivalência entre niilismo e autolegislação humana presente na obra de ambos os autores. Nosso objetivo é apreender tais formulações em duas dimensões imbricadas: uma delas, teórico-filosófica, e a outra, histórica. Em seguida, buscamos colocá-las em perspectiva crítica tendo em vista especialmente a reflexão desenvolvida por Hans Blumenberg e alguns de seus comentaristas. Pretendemos proceder a contraposição entre (i) a noção de autolegislação humana como niilismo e (ii) a legitimidade do espaço do simbólico. Sem negar a crítica ao racionalismo limitante, que inclui a superação do sujeito cartesiano, a abordagem que defendemos legitima a dimensão de mediação entre o tempo da vida e tempo do mundo, mediação que pode se dar tanto pela elaboração científica quanto pelo pensamento filosófico ou religioso. Por fim, buscamos apontar a relação entre o espaço simbólico e a superação da noção de mímesis como imitação ou simples adequação. |