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Introdução: Dados a respeito da importância do ambiente e o real papel da higiene ambiental na transmissão de MOs multirresistentes são escassos, especialmente, no que se refere a aspectos mais específicos como microecologia e interação entre MOs nos diferentes ambientes hospitalares. Este estudo representa uma subanálise dos dados do projeto SANEANTES (“Importância dos saneantes e do ambiente hospitalar para transmissão de Bactérias Multirresistentes – Programa IMPACTO MR”), tendo como objetivo avaliar as associações mais comuns entre patógenos ambientais de interesse no que se refere a IRAS, no ambiente de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Metodologia: Estudo observacional, prospectivo. Coletadas 38 amostras ambientais de 38 hospitais, das 5 regiões do Brasil. Técnicas de Sequenciamento Genético de Nova Geração (NGS) 16S realizadas em laboratório central (material genético mensurado em reads, unidade que guarda relação direta com presença e quantidade de MOs. Realizada descrição dos “patógenos companheiros” dos 5 MOs mais prevalentes como causadores de infecções hospitalares (dados não publicados, projeto SANEANTES): 1°) K. pneumoniae, 2°) P. aeruginosa, 3°) E. coli, 4°) S. aureus e 5°) A. baumannii. Ênfase dada na comparação entre dois grupos, conforme tercis de ocorrência de IRAS: hospitais com mais (grupo 2) e com menos (grupo 0). Resultados e discussão: De forma contraintuitiva, como patógenos primários no ambiente, E. coli foi identificada em apenas 2 hospitais do grupo 0 vs. 3 hospitais do grupo 2; enquanto P. aeruginosa foi identificada em todos os hospitais, independentemente do grupo. Adicionalmente, se associaram nessa mesma linha, foi observado que a quantidade de reads de K. pneumoniae, em oposição aos demais MOs foi de 3.962 vs. 4.859, nos grupos 2 e 0, respectivamente. No que tange à presença dos “patógenos companheiros”, A. baumannii, K. pneumoniae, P. aeruginosa, S. aureus apresentaram frequências equivalentes tanto no grupo 0 (19,5–21,9%) quanto no grupo 2 (24,7%), com exceção da E. coli (14,6% × 36,2%, nos grupos 0 e 2, respectivamente). Conclusão: Considerando os MOs mais frequentemente associados a IRAS, as hipóteses de predominância em quantidade de hospitais e reads no ambiente não foram universalmente observadas. Em relação aos “patógenos companheiros”, possibilidades de interações promotoras e protetoras não podem ser descartadas, com aspectos da microecologia merecendo ser estudados em maior detalhe. |