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É uma afirmativa frequente na literatura dos estudiosos da política externa argentina de que os comportamentos da Argentina frente ao Brasil e aos Estados Unidos teriam tido vínculos, pesos e contrapesos, ou impactos um no outro. Com vistas a dialogar com essa literatura, o objetivo deste artigo é analisar os bastidores da política externa argentina e identificar o que esteve por detrás dos desentendimentos político-diplomáticos do governo Menem com o Brasil. Dessa forma, é destacado aqui o papel da percepção diplomática da Argentina na definição da sua estratégia junto ao seu vizinho e sócio fundador do MERCOSUL. Com o intuito de atribuir uma dimensão empírica à resposta, são destacados dois episódios ilustrativos das principais divergências entre os dois países entre 1997 e 1999: i) obtenção do status de aliado especial extra-OTAN por parte da Argentina, em 1997, com consequente reação negativa por parte do Brasil; ii) oposição da Argentina ao pleito brasileiro por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, tema caro à diplomacia brasileira e que suscitou reações negativas das autoridades argentinas. Para atender aos objetivos colocados, as fontes foram concentradas em entrevistas realizadas com diplomatas brasileiros e argentinos, além de discursos de autoridades e matérias de imprensa. |