Comemorando a ditadura, celebrando o capital: uma interpretação do Monumento a Castelo Branco como uma 'memória do capitalismo' (Porto Alegre, Brasil, 1979)

Autor: Caroline Silveira-Bauer
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />French<br />Portuguese
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Historia y Sociedad, Iss 47 (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 0121-8417
2357-4720
DOI: 10.15446/hys.n47.112397
Popis: o envolvimento de empresários nas ditaduras implementadas no Cone Sul na América Latina nos anos 1960 e 1970 vem sendo pesquisado multidisciplinarmente, com predileção para os temas da colaboração e do financiamento com os órgãos da repressão. Iniciativas do campo da justiça de transição têm reconhecido a responsabilidade empresarial por essas violações de direitos humanos, contribuindo para a elaboração de medidas de reparação e políticas de memória. Este artigo propõe um estudo sobre um tipo específico de cumplicidade entre o capital e o Estado: a construção de homenagens às ditaduras nos espaços públicos. Mobilizando um arcabouço teórico do qual se destacam as categorias de dádiva e contra-dádiva, e utilizando documentos oficiais e periódicos de diversas procedências, analisa o Monumento a Castelo Branco, construído em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 1979, por iniciativa de um grupo de empresários sul-rio-grandenses. Argumenta-se que o monumento pode ser considerado uma “memória do capitalismo”, porque a homenagem selou relações entre o empresariado e a ditadura durante a conjuntura de transição política. Desta forma, explica-se a importância da ressignificação dessas homenagens e de repensar as formas de reparação e responsabilização no escopo da justiça de transição
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