ANÁLISE DO DESCARTE DE HEMOCOMPONENTES EM AGÊNCIAS TRANSFUSIONAIS DE SÃO PAULO

Autor: AA Magagna, FM Melo, TS Fernandes, SP Menchão, JAD Santos, RA Bento, JED Giacomo, DE Rossetto
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 45, Iss , Pp S805- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2023.09.1454
Popis: Introdução: A transfusão de hemocomponentes é um procedimento médico essencial para o tratamento de pacientes com diferentes condições de saúde, como anemias, traumas, distúrbios de coagulação e certas doenças crônicas. No entanto, o descarte de hemocomponentes é uma prática comum em agências transfusionais, seja por motivos relacionados à qualidade ou por razões de segurança, o que pode resultar em desperdício e impacto financeiro significativo. Neste estudo, investigamos o padrão de descarte de hemocomponentes em agências transfusionais em São Paulo e os motivos subjacentes para tal prática. Metodologia: Foram coletados dados de 25 agências transfusionais de hospitais particulares em São Paulo, totalizando 10.335 descartes de hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitados. Os hemocomponentes foram separados de acordo com os tipos sanguíneos (A, B, AB e O) e fatores Rh (positivo e negativo). Além disso, os motivos específicos para o descarte de cada hemocomponente foram registrados, incluindo validade vencida, abertura do sistema, não utilização de hemocomponente, hemocomponente com tesde de Coombs positivo, bolsa acidentada, bolsa hemolisada ou lipêmica, bolsa com baixo volume e por questões de segurança. Resultados: No ano de 2022 foram descartados 10.335 hemocomponentes, dentre eles 68% concentrados de plaquetas, 15% concentrado de hemácias, 13% plasma fresco congelado e 4% crioprecipitados. Quando analisamos os motivos dos desprezos 82% é devido a validade vencida, dentre esses, a maior porcentagem é de concentrado de plaquetas, pois, a validade desse hemocomponente é de apenas 3 a 5 dias úteis, não tendo tempo hábil de realizar o remanejamento para outras unidades ou o volume desse hemocomponente esteja excedente em determinados períodos do mês. Analisamos que apenas 0,5% dos motivos é por segurança, consequência do efetivo controle de qualidade estabelecido no banco de sangue que atende essas agências transfusionais. O tipo de hemácia que mais foi desprezado no ano de 2022 foi B+ com 27% em relação ao total de hemácias, seguido de AB+ com 23% em relação ao total de hemácias. O tipo sanguíneo de concentrado de plaqueta mais desprezado em 2022 foi O+(41%) e A+(31%), o tipo sanguíneo O+ e A+ foram os mais desprezados relacionados ao plasma fresco congelado ambos com 30% do total de plasmas desprezados, os mesmos tipos sanguíneos foram os mais descartados quando observamos os resultados de crioprecipitados O+ 33% e A+ 25%. Conclusão: A análise dos dados dos descartes dos hemocomponentes de 25 hospitais particulares do estado de São Paulo no ano de 2022 demonstrou que o maior número de descartes é devido a validade dos hemocomponentes e o concentrado de plaquetas foi o hemocomponente mais desprezado devido o tempo curto de validade. Podemos avaliar que os concentrados de hemácias mais desprezados foram aqueles em que são descritos em literatura que a porcentagem da população que possuem esses tipos sanguíneos é menor (B+ e AB+). Vimos que o controle de qualidade e as barreiras realizadas no banco de sangue, que abastece essas unidades são eficazes, devido aos baixos índices de hemocomponentes descartados por segurança. Os resultados sugerem que necessitamos de estratégias para diminuir o desprezo dos hemocomponentes sem que haja impacto ao atendimento dos pacientes que necessitam de transfusão.
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