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Introdução: A Associação Internacional para o Estudo da Dor defende um curriculum mandatório sobre dor crónica nos cursos de Medicina. Foi objectivo deste estudo conhecer a opinião dos estudantes finalistas de Medicina e dos internos do ano comum sobre o ensino da dor crónica nas oito escolas médicas Portuguesas. Material e Métodos: Estudo quantitativo. Questionário electrónico (30 questões), com respostas voluntárias e anónimas; disponível no primeiro trimestre 2016. Resultados: Houve 251 respostas provenientes de 142 finalistas e 109 internos (mulheres 72,9%; idade 25,3 ± 1,6 anos). A dor é um sinal vital (92,4%); mas 18,7% apenas a avaliava caso o doente se queixasse. As escalas de auto-avaliação da dor eram conhecidas (87,2%) e as de hétero-avaliação não (70,9%). A dor não era avaliada porque o doente não manifestava dor; falta de tempo; consultas de duração curta. A formação foi insuficiente sobre opioides (78,1%), fisiopatologia e tratamento da dor (66,1%) e como entrevistar o doente com dor (67,7%); durou 1 a 10 horas (49,8%). A depressão respiratória por opioides é preocupante (56,2%). O risco de usar opioides é superior ao benefício clínico (33,5%). Discussão: O ensino da dor crónica é disperso, pouco estruturado e opcional. Para 98,4% da amostra é relevante haver mais educação sobre dor crónica. Esta deve ocorrer no quinto ano do curso médico, com mais de 15 horas. São aconselhados estágios em consultas de dor crónica. Conclusão: São necessárias mudanças nos curricula pré-graduados para que os futuros médicos desenvolvam competências e combatam o sofrimento ‘evitável’ dos seus doentes. |