AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO ASSINTOMÁTICA POR LEISHMANIA SPP. EM DOADORES DE SANGUE DE REGIÃO NÃO ENDÊMICA PARA LEISHMANIOSE

Autor: RV Lima, GM Vieira, LF Ananias, DPM Resende, FB Vito, LQ Pereira, HM Souza, SCSV Tanaka, BA Pereira
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S886- (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.1503
Popis: Objetivo: Avaliar a prevalência de infecção assintomática por Leishmania spp . em doadores de sangue. Método: O grupo de estudo foi composto por 150 doadores de sangue, recrutados no Hemocentro Regional de Uberaba. Foram coletados 10 mL de sangue periférico em tubo com EDTA, para obtenção da camada leucocitária e a extração do DNA genômico foi realizada utilizando o kit QIAamp® Blood Mini Kit (QIAGEN), conforme as recomendações do fabricante. A identificação de Leishmania spp . foi realizada por PCR em Tempo Real, no equipamento 7500 ABI Real Time PCR (Thermo Fisher Scientific, EUA). Variáveis contínuas foram descritas como média ±desvio padrão e variáveis categóricas como porcentagem. Resultados: Entre os 150 doadores, 85 (56,67%) eram do sexo masculino e 65 (43,33%) do sexo feminino, com mediana de idade de 37 anos (mínimo 18, máximo 65 anos). Observou-se predominância de doadores brancos (48%), solteiros (46,67%), com ensino médio completo (44%) e renda de até 2 salários-mínimos (43,33%). A maioria não tinha conhecimento sobre a leishmaniose visceral (56%) e nunca havia visitado região endêmica para a doença (76,67%). Entre os que visitaram regiões endêmicas, o Nordeste do país e o Norte do estado de Minas Gerais foram os locais mais citados. Dos 150 doadores, 72,67% relataram ter cães. Todas as amostras foram negativas no teste molecular. Discussão: A prevalência de infecção por Leishmania em doadores de sangue tem sido uma preocupação devido à expansão da leishmaniose visceral no Brasil e no mundo, reforçando a importância de estudos de prevalência, mesmo em áreas não endêmicas. Estudos recentes indicam que técnicas moleculares, como o qPCR, surgem como alternativas viáveis para o diagnóstico da doença, destacando-se pela sensibilidade e especificidade aprimoradas, especialmente na detecção de casos assintomáticos. Um estudo realizado na região Nordeste do Brasil, com 500 amostras de sangue de doadores também observou maioria de indivíduos do sexo masculino, com idades predominantemente entre 18 a 33 anos, perfil semelhante aos dos doadores do presente trabalho. No entanto, o estudo realizado na região nordeste encontrou prevalência de 6,2% de amostras positivas para Leishmania , resultado divergente do encontrado no presente trabalho. A discrepância nos resultados entre os dois estudos pode ser atribuída à diferença na endemicidade das regiões. No estudo realizado em Uberaba, não foram encontrados doadores positivos para Leishmania , possivelmente devido à baixa circulação do parasita na área não endêmica, diferentemente do observado no Nordeste. A dificuldade em diagnosticar infecções assintomáticas por Leishmania está também relacionada à baixa carga parasitária e à resposta humoral moderada em indivíduos saudáveis. Neste contexto, a eficácia do qPCR na detecção de DNA de Leishmania é destacada, especialmente em amostras de sangue, que frequentemente contêm menos DNA do parasita em comparação com outras amostras, como medula óssea. Estes achados sublinham a necessidade de implementar ensaios moleculares sensíveis para a triagem de doadores de sangue, visando prevenir a transmissão transfusional de leishmaniose visceral e garantir a segurança dos hemocomponentes. Conclusão: Não foram identificados doadores com infecção assintomática por Leishmania spp. no Hemocentro Regional de Uberaba.
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