O aborto como direito e o aborto como crime: o retrocesso neoconservador
Autor: | Lia Zanotta Machado |
---|---|
Jazyk: | English<br />Portuguese |
Rok vydání: | 2017 |
Předmět: | |
Zdroj: | Cadernos Pagu, Iss 50 (2017) |
Druh dokumentu: | article |
ISSN: | 0104-8333 18094449 |
DOI: | 10.1590/18094449201700500004 |
Popis: | Resumo Este artigo analisa o confronto político entre as argumentações feministas e as fundamentalistas sobre o aborto, no Brasil dos anos dois mil. Está em jogo a disputa por concepções de vida. As feministas defendem a distinção entre “vida vivida” e “vida abstrata”. A noção fundamentalista exclusiva de “vida abstrata” advinda de argumentos religiosos sustenta os direitos absolutos do concepto desde a fecundação. O aborto deveria ser crime (porque pecado) em qualquer circunstância (sem quaisquer permissivos legais). A análise dos depoimentos de deputados e religiosos fundamentalistas revela o confronto com a laicidade do Estado. Capturam e distorcem os discursos jurídico e genético, disfarçam-nos como discurso de direitos humanos e desqualificam as mulheres como menos sujeitos de direitos. O aborto como “crime e pecado” é vinculado ao “lugar (subordinado) da mulher” na “família tradicional”. As forças neoconservadoras mobilizam-se para a imposição moral religiosa sobre as mulheres e vislumbram o retrocesso, não só dos direitos ao aborto, mas dos direitos das mulheres. |
Databáze: | Directory of Open Access Journals |
Externí odkaz: |