Enfermagem Religiosa no Portugal do Século XX (1901-1950)
Autor: | Óscar Manuel Ramos Ferreira |
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Jazyk: | English<br />Portuguese |
Rok vydání: | 2014 |
Předmět: | |
Zdroj: | Pensar Enfermagem, Vol 18, Iss 1 (2014) |
Druh dokumentu: | article |
ISSN: | 0873-8904 1647-5526 |
DOI: | 10.56732/pensarenf.v18i1.90 |
Popis: | No início do século XX em Portugal os cuidados de enfermagem eram maioritariamente dispensados por religiosas. Contra a enfermagem exercida por estas mulheres opunham-se muitos médicos. De entre eles salientava-se o republicano Miguel Bombarda. No entanto as enfermeiras religiosas eram absolutamente necessárias para o funcionamento das instituições de saúde, de entre as quais sobressaiam alguns dos hospitais das Misericórdias. No entanto, nem todos recorriam a pessoal religioso. Exemplo disso foram os Hospitais da Misericórdia de Braga e Porto. Com esta investigação pretendo compreender a posição dos detratores da enfermagem religiosa e identificar as representações que dela tinham os seus defensores. Com tal finalidade utilizei duas fontes existentes na Biblioteca Nacional. A obra, A Enfermagem Religiosa, da autoria de Miguel Bombarda, publicada em 1910; e a coletânea de depoimentos colhidos por Rebelo Bastos em 1941, e publicadas em 1974, sob o título Para a História da Enfermagem Religiosa no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Lamego. Na interpretação dos dados utilizei autores como Catroga (1988), Silva (2008) e Moura (2010). Foi a partir de 1881, ano em que em Coimbra foi criada a primeira escola de enfermagem, que se instalou a polémica entre os defensores da enfermagem laica e os apologistas da enfermagem religiosa. Uns e outros defendiam as virtudes dos seus protegidos. Do lado da enfermagem laica estava a fação anticlerical e republicana. Este partido entendia que o ofício de enfermagem devia ser exercido por pessoas sem qualquer ligação a ordens religiosas. Em vez de professarem numa ordem religiosa esses indivíduos deviam possuir um curso que preparasse para o cumprimento das prescrições médicas e para a obediência exclusiva aos clínicos. A defender a enfermagem religiosa estavam o clero; os médicos, imbuídos de forte religiosidade; e os gestores das misericórdias. Quem trabalhava com as religiosas enaltecia a sua abnegação, a ternura e o espírito cristão que elas punham nos cuidados que prestavam. Toda essa polémica culminou em 1942 com a publicação do decreto 32612. Esse édito obrigou tanto as enfermeiras laicas como as religiosas, a possuírem um diploma de enfermagem. Esse era um requisito que três décadas antes já Miguel Bombarda havia exigido. |
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