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Dada a pluralidade de olhares disciplinares a que os lugares e as cidades estão sujeitos, pretende-se discutir o conceito de lugar arquitetónico a partir de duas áreas disciplinares: a arquitetura e a filosofia. Por se verificar que o modo como normalmente se reflete no campo disciplinar da arquitetura se encontra dominado pelo modelo das ciências da natureza (isto é, considerando os lugares como objetos em que apenas a forma objetiva dos edifícios que lhe deram origem é determinante não incluindo os aspetos que se prendem com os significados que cada pessoa lhe atribui), o objetivo desta reflexão é introduzir no debate um outro enfoque. Dado que a hermenêutica apela à interpretação incorporando o papel desempenhado pelos diferentes intérpretes, consideramos fundamental associar à leitura e caracterização do lugar conceitos desenvolvidos por essa disciplina tais como os conceitos de tempo, espaço, e narrativa evocados por Gadamer e Ricouer. Deste modo, para além da componente técnica e objetiva, introduzimos, na leitura do lugar, a componente significativa. Concluímos que os lugares e as cidades, para além de terem um conjunto de atributos de ordem objetiva têm também um conjunto de características não objetiváveis que fazem deles entidades únicas e irrepetíveis sendo a sua apropriação um campo de possibilidades aberto e ilimitado. |
