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Os textos contidos neste número discutem a vulnerabilidade ontológica e enfatizam a patogenia das relações entre animais humanos e outros viventes animais, ao mesmo tempo em que apontam para caminhos de resistência contra a violação dos corpos. A vulnerabilidade patogênica, ou seja, aquela que nasce das relações de opressão e exploração, é revelada nos corpos torturados, assujeitados e assassinados, como se vê na poesia de Drummond (Guida e Melo) e na leitura do romance de Ana Paula Maia (Barros). Este último texto abre espaço para uma reflexão acerca das lutas anti-capitalista e anti-especista e dialoga, portanto, com a análise de O sofá estampado (Bortoletto e Libanori), em que a opressão figura na pobreza social e na miséria da vida para além do humano. A intersecção entre diferentes formas de violência aparece, também, nas análises de f (Rodrigues e González) e Contos Gauchescos (Copstein), que reforçam a relação entre modos de opressão como o especismo, o capacitismo e o sexismo. Por fim, o questionamento do sujeito nos textos de Arce, Alkmin, Gonçalves, Melo, Costa e Guimarães revê o lugar da animalidade e possibilita um entendimento da vulnerabilidade ontológica como aquela que propicia o encontro entre corpos marcados pela força da insurreição. |