O rompimento da barragem de Fundão e a ascensão do capitalismo de desastre no Brasil
Autor: | Claudia Rojas, Doralice Barros Pereira |
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Jazyk: | English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese |
Rok vydání: | 2023 |
Předmět: | |
Zdroj: | Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía, Vol 32, Iss 1 (2023) |
Druh dokumentu: | article |
ISSN: | 0121-215X 2256-5442 |
DOI: | 10.15446/rcdg.v32n1.94479 |
Popis: | O 5 de novembro de 2015, a barragem de rejeitos minerais de Fundão, de propriedade da Samarco (Vale SA/BHP Billiton), rompeu-se, deixando dezenove mortos, milhares de atingidos e um rastro de destruição ao longo da Bacia do Rio Doce. Este artigo visa compreender a relação entre o rompimento da barragem e a ascensão do capitalismo de desastre no Brasil. As informações foram coletadas em fontes primárias e secundárias e em trabalhos de campo. Conclui-se que o rompimento do reservatório possibilitou a realização do primeiro experimento de grande monta do capitalismo de desastre no Brasil que se efetivou a partir de três terapias de choque. A primeira foi o próprio rompimento da barragem, que apesar de ser evitável, aconteceu de maneira abrupta e violenta. A segunda terapia foi um ambicioso programa econômico neoliberal, antidemocrático e impopular, adotado para reparar e compensar os danos ocasionados. Não sendo suficiente, os atingidos foram ainda submetidos a diversos mecanismos e técnicas de tortura coletiva que contribuíram para reduzir o gasto social, neutralizar a resistência ao tratamento econômico e consolidar a ascensão do capitalismo de desastre no Brasil. Em suma, os três choques permitiram o desenho de uma nova “normalidade” — mais doentia, brutal e perversa —, benéfica apenas para uma pequena elite empresarial global. |
Databáze: | Directory of Open Access Journals |
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