TRANSPLANTE DE FÍGADO POR FALÊNCIA HEPÁTICA FULMINANTE SECUNDÁRIA A TRATAMENTO DE HANSENÍASE: RELATO DE CASO

Autor: Paulo Sérgio Vieira de Melo, Gabriel Guerra Cordeiro, Lucas Michael Silva Loureiro, Pedro Renan de Melo Magalhães, Anderson André Pantoja Dias, Bernardo Times de Carvalho, Priscylla Jennie Monteiro Rabêlo, Lara Neves Souza, Olival Cirilo Lucena da Fonseca Neto, Helry Lopes Cândido, Renata Ferreira Bezerra, Cláudio Moura Lacerda
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2019
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Transplantation, Vol 22, Iss 2 (2019)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2764-1589
DOI: 10.53855/bjt.v22i2.46
Popis: A incidência de falência hepática fulminante de etiologia medicamentosa tem aumentado. Entre as drogas envolvidas, encontram-se antibióticos, como rifampicina e dapsona, envolvidos no tratamento da hanseníase. A síndrome de hipersensibilidade à dapsona (SHD) é uma reação adversa rara, caracterizada por febre, dermatite esfoliativa, linfadenopatia, anemia e acometimento hepático, que inclui necrose de hepatócitos e colestase. A falência hepática aguda decorrente da SHD pode ser indicação de transplante de fígado emergencial, condição pouco relatada na literatura. Foram analisados dados pré e pós-operatórios do paciente, com apoio na bibliografia atual, através de busca não sistematizada nas plataformas PubMed e Scielo. Paciente do sexo masculino, 23 anos, admitido em serviço de referência, após realizar terapia combinada para hanseníase virchowiana (dapsona, rifampicina, clofazimina), por cerca de 30 dias, evoluiu com quadro grave de icterícia progressiva, anemia, coagulopatia e encefalopatia grau IV (critérios de West-Haven), além de aumento importante de enzimas hepáticas e lesão renal aguda. O paciente foi listado para transplante hepático, com escore MELD (model for end-stage liver disease) 40, realizando-se a cirurgia pela técnica piggyback, enxerto de doador falecido. A melhora clínica foi substancial, após o procedimento. Avaliação histopatológica do fígado explantado evidenciou sinais compatíveis com quadro agudo de hepatite medicamentosa. Apesar de raramente indicado em casos de hepatite fulminante associada à SHD, o transplante hepático tem se mostrado eficaz e possibilitado melhor prognóstico aos pacientes terminais. O presente caso alerta para a necessidade de acompanhamento clínico e laboratorial de pacientes em tratamento para hanseníase, além de orientá-los em relação aos sinais e sintomas da SHD, tendo em vista suas repercussões potencialmente fatais.
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