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O objetivo deste artigo é apresentar as projeções climáticas do período 2020-2050 para diversas variáveis climáticas no Estado de São Paulo, considerando os cenários RCP 4.5 e RCP 8.5. Essas projeções foram elaboradas a partir de quatro modelos climáticos (HadGEM2-ES, MIROC5, CanESM2 e BESM) com regionalização de 20 km, aprimorada pelo modelo Regional Eta do CPTEC/INPE. Selecionou-se nove variáveis relacionadas à temperatura do ar e chuva, e calculou-se o desvio entre o período observado (1961-1990) e o projetado (2020-2050) para os dois cenários RCPs 4.5 e RCP 8.5, para cada modelo e variável. Em seguida, foram selecionados os maiores e menores valores dos desvios, que representam o máximo e o mínimo desvios projetados para cada célula. Com isso, obteve-se o maior intervalo entre as tendências possíveis dos quatro modelos comparados para cada variável analisada no estado de São Paulo. Os resultados indicam que do ponto de vista da temperatura do ar, os modelos utilizados para os dois cenários RCP apontam para o aquecimento da atmosfera, que tende a ser menos intenso na fachada litorânea, devido ao controle exercido pelo oceano, e maior no trecho noroeste do estado, mais distante do Atlântico. Projeta-se redução na duração de ondas de frio (CSDI) e de aumento na duração das ondas de calor (WSDI), sendo que essas tendências aumentam de sul para norte do estado. Para a precipitação não há consenso entre as tendências dos modelos empregados no estudo, com projeções tanto de aumento quanto de redução nos totais anuais e índices extremos relacionados. Entre as diferentes tendências projetadas, a redução na precipitação é o pior cenário a ser enfrentado, dado o caráter essencial à vida que a água se reveste. Os indicadores relacionados à precipitação intensa (R95p e RX5day) evidenciaram uma grande amplitude entre os valores máximos e mínimos projetados nos cenários analisados, sendo que o aumento desses indicadores merece especial atenção, visto que o incremento de precipitações intensas são potenciais deflagradores de desastres, como escorregamentos, inundações e erosão acelerada. Os resultados, dada a sua relevância, foram aplicados no Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do estado de São Paulo, instrumento técnico e político de planejamento que estabelece diretrizes de ordenamento e de gestão do território, considerando as características ambientais e a dinâmica socioeconômica de diferentes regiões do estado. |