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Introdução/Justificativa: Existem mais de 200 tipos de HPV no mundo, sendo 14 deles cancerígenos. Destes, os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos cânceres de colo de útero e lesões pré-cancerosas. Também podem provocar câncer em vagina, ânus, vulva, pênis e orofaringe. Em 2020, foram diagnosticados 602 mil novos casos de câncer cervical em todo o mundo, com 342 mil mortes. No Brasil, a mortalidade pela doença ente 1980 e 2020 foi de 165.087.2 O exame de PET-CT com Fluorodesoxiglicose marcada com F-18 (PET-CT 18F-FDG) pode ser fundamental para elucidação diagnóstica, estadiamento e acompanhamento de pacientes nos diferentes estágios da doença, trazendo maior acurácia e a possibilidade de detecção e localização de metástases. Objetivos: No Brasil, os dados oficiais revelam que cerca de 35% dos casos de câncer de colo uterino ainda são diagnosticados nas fases III e IV, ou seja, em doença avançada, sendo que a partir da fase III existe disseminação linfonodal pélvica ou para-aórtica. Diante disso, o objetivo deste estudo foi a avaliação do panorama dos exames de PET-CT 18F-FDG realizados em uma instituição privada com a indicação de câncer de colo uterino e verificar se os dados coletados são condizentes com os dados encontrados na realidade brasileira. Materiais e Métodos: Este estudo foi realizado utilizando-se o banco de dados de uma instituição privada. Buscados exames de PET-CT 18F-FDG com a indicação de neoplasia de colo uterino no período de 01.01.2019 a 31.08.2023. Identificados 183 estudos, sendo 36 excluídos por duplicidade e/ou indicação incorreta, permanecendo, no final, 147 exames para análise. Resultados: Quando avaliados por indicação, a grande maioria dos exames incluídos neste estudo foram realizados para avaliação de resposta (56,5%), seguidos de estadiamento (18,4%), suspeita de recidiva (15,6%) e seguimento (9,5%). Avaliando apenas os exames de estadiamento, a grande maioria apresentava doença avançada e apenas 3,6% tiveram exame negativo. 10,7% das pacientes possuíam doença nos estágios iniciais (menor que IIIB), 10,7 no estágio IIIB, 17,9% no estágio IIIC1, 25% no IIIC2, sendo que 3,6% já apresentavam envolvimento de órgãos pélvicos (estágio IVA) e 28,6%, de órgãos a distância (estágio IVB). Quanto à suspeita de recidiva, este trabalho considerou 23 pacientes da amostra. Deste total, 78,3% dos exames foram positivos, 8,7% indeterminados e 13,0% negativos. Conclusão: Os dados encontrados no nosso serviço são semelhantes aos encontrados no Brasil. As regras vigentes no nosso país não propiciam o diagnóstico precoce do câncer de colo uterino, na contramão dos protocolos atualizados nos Estados Unidos e na Europa. Não há autorização prevista para estadiamento, nem acompanhamento pelo SUS ou pelo rol da ANS. Este cenário configura sério obstáculo à detecção da doença em um estágio mais inicial, o que possivelmente pouparia custos de tratamento na doença avançada, e aumentaria a sobrevida das pacientes, consolidando imediato benefício à saúde pública. |