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Introdução: O vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV) pertence à família dos retrovírus, tem transmissão sexual e parenteral e é associado à leucemia/linfoma de células T do adulto (LLTA) e à paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV (TSP/HAM). Até o momento, são conhecidos quatro subtipos de HTLV (1, 2, 3 e 4), sendo os subtipos 1 e 2 os mais importantes em termos de ’patogenia’ e ’epidemiologia’. Portadores assintomáticos do HTLV podem disseminá-lo na população. No Brasil, é obrigatória a pesquisa de anticorpos anti-HTLV-1/2 em todas as doações de sangue. Entre 2011-2016 notamos um discreto aumento no descarte sorológico devido HTLV, de 0,06% para 0,14%. Objetivo: Determinar a prevalência e incidência de HTLV-1/2 e HTLV-3 na população de doadores de sangue em nosso serviço. Métodos: De 220.340 doações realizadas no período de setembro de 2019 a julho 2021 em nossa Instituição, 407 (0,18%) apresentaram resultados positivos para HTLV. Destas, 223 (55%) foram incluídos no estudo. Realizamos PCR em tempo real para HTLV-1, 2, 3 segundo protocolo Moens et al., 2009 e teste de Imunoblot HTLV- Fujirebio®. Resultados: A prevalência de descarte sorológico para HTLV foi de 0,20%, 0,20% e 0,15%, nos anos de 2019, 2020 e 2021, respectivamente. Das 223 amostras avaliadas 165 (74%) apresentaram resultado reagente e 58 (26%) resultado indeterminado nos testes de triagem sorológica. Doadores reagentes para HTLV eram em sua maioria mulheres 98 (59,4%), com idade entre 18-38 anos, 96 (58,18%), com ensino médio 85 (51,5%), brancas 95 (57, 6%) e doadores de primeira vez 136 (82,4%). O resultado encontrado na PCR para os casos reagentes (n = 165) e indeterminados (n = 58) foi 47 (28,5%) e 7 (12,07%), respectivamente. Nenhuma amostra apresentou resultado positivo para HTLV-3. Em relação ao Imunoblot, os resultados positivos entre os reagentes e indeterminados na sorologia foram: 63 (38,18%) e 8 (13,8%), respectivamente. A prevalência e incidência encontrada para HTLV foi de 0,028% e 0,0013%, respectivamente. Conclusão e discussão: : O número exato de infectados por HTLV no mundo é desconhecido, pois a maior parte das pesquisas de prevalência e incidência deste vírus foi realizada em populações de doadores de sangue. No Brasil a prevalência para HTLV em doadores varia de 0,03% em Santa Catarina a 1,48% em Salvador Em nosso estudo encontramos uma prevalência de 0,028%. O monitoramento contínuo do da prevalência e perfil de doadores para todos os subtipos de HTLV é necessário, pois reflete a situação epidemiológica desta infecção na comunidade e contribui para definição de políticas públicas como medidas de incremento na segurança transfusional. |