A Pintura de João Sebastião da Costa: a iconografia no espaço sagrado e profano

Autor: Valéria Pereira Moreira, José Serafim Bertoloto, Juliano Batista dos Santos, Ana Graciela Mendes Fernandes da Fonseca Voltolini
Jazyk: Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Revista Latino Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, Vol 6, Iss 6 (2020)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2525-7870
DOI: 10.23899/relacult.v6i6.1798
Popis: João Sebastião da Costa é um artista mato-grossense com uma criatividade ímpar, construiu seu legado e marcou a sua existência no cenário brasileiro, das artes visuais. Suas onças antropomórficas romperam os parâmetros das artes, ao se destacar nos inúmeros Salões de Arte Brasileira. A onça não era apenas o animal, ela precisava ter algo mais que isso, então ele elaborou aquilo, que o marcou, que o consagrou: a figura antropomórfica, mítica, encantada, provocativa, curiosa, que observa na espreita, um ser descrito pela crítica de arte, Aline Figueiredo “homem-bicho-santo”, cujos cenários transcendem os limites do real, os seres encantados, a celebração da natureza, a ambiência composta pela fauna, flora, a religiosidade, a devoção, a magia, na imensidão da espacialidade do cerrado, fez um artista peculiar. Na pintura em estudo o artista nos apresenta a figura do São Sebastião, repousando no interior da barriga da serpente, que nos remete à lenda do Minhocão do Parí, que habita o universo mítico dos ribeirinhos do Rio Cuiabá. O santo posicionado na parte inferior do quadro, devorado pela serpente, cria uma atmosfera singular, nos remetendo ao processo colonial na América Latina, uma vez que, o artista cria um cenário mítico, jocoso, cercado de religiosidade, onde seu lugar de fala sobrepõe aos ditames judaico-cristãos. Os fluxos de informações, que transitaram na América Latina, numa circulação e encontro de objetos e pessoas com suas práticas culturais distintas, que se cruzam e produzem outras práticas culturais inusitadas, como vemos na pintura de João Sebastião da Costa, a representação decolonial dos seus santos.
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