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Como o mal-estar e o sofrimento profissional vinculam-se aos investimentos subjetivos entre indivíduo e empresa? Entre as exigências cada vez maiores de desempenho e a busca pela superação contínua de si mesmo, como o trabalhador exprime seu sofrimento e como isso é visto? A partir do arcabouço teórico-metodológico da Sociologia Clínica, objetivamos responder a essas questões, com ênfase na forma como as emoções e o sofrimento são majoritariamente concebidos no contexto de trabalho contemporâneo. Em suma, constatamos que em substituição à visão de um profissional neutro, que deveria deixar seus sentimentos fora do ambiente de trabalho, hoje as emoções tornam-se competências a serem geridas. Falar de fato do que sente, exprimir suas fraquezas e sofrimento representa vergonha e, por vezes, humilhação. Assim, reificam-se as emoções e a novilíngua gerencialista difunde uma abordagem distorcida da psicologia humana, de modo que somente são passíveis de verbalização as emoções que se colocam a serviço da produção. |