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O corpo humano e a arte antiga grega constituem-se como bases fundamentais da poética andreseana. Tanto assim é que em muitos dos versos de Sophia ecoam icónicas palavras suas acerca da escultura helénica: “o ser está na physis”. Para a poeta, através da forma exemplar do corpo poder-se-iam revelar a ordem do mundo e a relação entre o humano e o divino. E se a poesia helénica em muito contou com matéria libidinal, poderemos intuir também em Sophia a sugestão de uma dimensão erótica. Cremos ser possível encontrar nos seus versos, de corporalidade manifesta, marcas latentes de erotismo, denunciadas pela referência a elementos da natureza e respetivos movimentos sugestivos ou pela inclusão de animais de caráter bestial, entre outras alusões que poderão remeter para esta dimensão mascarada. Este artigo intenta assinalar esses elementos sensuais, interpretando-os à luz da influência grega na criação poética da autora. |