ANÁLISE DE PACIENTES IDOSOS ACIMA DE 85 ANOS COM LINFOMA AGRESSIVO OU LEUCEMIA AGUDA TRATADOS COM QUIMIOTERAPIA

Autor: CLM Pereira, LFS Dias, NF Centurião, CCP Feres, LLC Teixeira, MN Kerbauy, GF Perini, LJ Arcuri, PMR Souza, N Hamerschlak
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 43, Iss , Pp S63- (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2021.10.108
Popis: Introdução: Com o envelhecimento progressivo da população, vem aumentando também a incidência de diagnóstico de doenças onco-hematológicas agressivas em idosos. Há dificuldade de tratamento devido a comorbidades, disfunções orgânicas e alterações no metabolismo das drogas. Objetivos: Avaliar o perfil dos pacientes idosos acima de 85 anos com diagnóstico de linfoma agressivo ou leucemia aguda tratados com quimioterapia, avaliando resposta ao tratamento, morbimortalidade e toxicidade. Material e métodos: Estudo multicêntrico, retrospectivo, de coleta de dados do prontuário eletrônico. Critérios de inclusão: idade ao diagnóstico ≥ 85 anos, diagnóstico confirmado de linfoma agressivo ou leucemia aguda de quaisquer subtipos, tratamento com quimioterapia intensiva realizado no Hospital Israelita Albert Einstein ou no Hospital Municipal Vila Santa Catarina entre 2014 e 2021. Critérios de exclusão: tratamento realizado com imunoterapia isolada ou paliação ao diagnóstico. Resultados: Foram avaliados 11 pacientes, com idade mediana de 88 anos (85-98), sendo dez diagnosticados com linfomas agressivos (5 linfomas difusos de grandes células B, 1 linfoma folicular grau 3B, 2 linfomas indolentes transformados, 1 linfoma T periférico e 1 linfoma de Hodgkin) e um com leucemia linfoblástica aguda Philadelphia positivo. O número médio de comorbidades relatadas foi três, sendo a mais comum hipertensão arterial sistêmica. Eastern Cooperative Oncologic Group (ECOG) variou de 0 a 3, com mediana de 1. Todos os pacientes foram submetidos à quimioterapia intensiva, sendo que 8 dos 11 pacientes (72,7%) realizaram protocolos adaptados para idosos ou ajustes de doses (6 R-miniCHOP, 1 AVD ajustado para função renal, 1 EWALL do idoso) e três receberam doses completas dos medicamentos de protocolos padrões (1 R-bendamustina, 1 R-CHOP e 1 CEOP). Durante o tratamento, 63,6% apresentaram algum tipo de evento adverso ou complicação relacionada ao tratamento, sendo neutropenia febril em 18,2%, quadros trombóticos em 18,2%, hiperglicemia em 18,2%, infecção sem neutropenia em 9,1% e neuropatia grau 3 com miopatia em 9,1%. 8 pacientes (72,7%) apresentaram resposta completa e 3 pacientes (27,3%) evoluíram com progressão de doença e consequente óbito. O fator que mais se associou a sobrevida global (OS) e livre de progressão (PFS) em um ano foi o ECOG > 1, com OS 100% vs. 50% (p = 0.02) e PFS 100% vs. 25% (p = 0.02). Discussão: Na literatura encontramos que essa subpopulação de pacientes idosos tem menor sobrevida, menor taxa de resposta e mais toxicidade. Não há consenso do tratamento padrão para pacientes muito idosos, sendo importante a adaptação individualizada, analisando diversos fatores associados ao paciente e à doença, e não apenas a idade. Na nossa amostra, encontramos pacientes que apesar de idade muito avançada e presença de comorbidades, tinham bom performance status, toleraram o tratamento e obtiveram resposta completa. Conclusão: Apresentamos neste trabalho a avaliação de pacientes muito idosos com doenças onco-hematológicas agressivas. Apesar da pequena amostra, julgamos importante compartilhar nossos resultados com a comunidade científica para auxílio no manejo desses pacientes.
Databáze: Directory of Open Access Journals