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Resumo: Este artigo assume o estigma racial como objeto de análise, mais precisamente a construção simbólica que pessoas negras são sujas, fedidas e/ou imundas - uma discussão que tem sido ignorada no debate racial brasileiro. Nesse sentido, o objetivo consiste em discutir a produção racista dos corpos, dos sentidos e das emoções. Argumenta-se que, em uma sociedade racista, os processos de socialização e subjetivação são estruturados sob uma cultura político-afetiva higienista que reforça a dominação racial branca enquanto subalterniza, assujeita e higieniza-embranquece subjetivamente as pessoas negras. Assim, urge uma maior articulação entre as Psi e as Ciências Sociais para a compreensão da interface saúde, cidadania e construção sociopolítica da etnicidade. |