ID285 Acessibilidade geográfica a Farmácias do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica por indivíduos com esquizofrenia em uso de antipsicóticos atípicos em Minas Gerais, Brasil

Autor: Mariana Dias Lula, Marcio William Carvalho Farah, Ronaldo Portela, Cristina Mariano Ruas
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia, Vol 9, Iss s. 1 (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2525-7323
2525-5010
DOI: 10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.219
Popis: Introdução A disposição geográfica dos serviços de saúde pode afetar o acesso equitativo a medicamentos e, consequentemente, os desfechos em saúde relacionados. A existência de barreiras de acesso é ainda mais crítica no campo da saúde mental, cujas condições apresentam elevado impacto individual e coletivo. O objetivo deste estudo é avaliar a acessibilidade geográfica a farmácias do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (CEAF-SES-MG) por indivíduos com esquizofrenia em uso de antipsicóticos atípicos. Métodos Estudo descritivo, ecológico e espacial, que integra o Projeto Scheea. Dados sobre a população atendida pelos serviços, como aspectos sociodemográficos, clínicos e de dispensação de medicamentos, foram obtidos através de registros de dispensação de farmácias do CEAF-SES-MG, referentes ao ano de 2015. A acessibilidade geográfica foi avaliada como o tempo de deslocamento, por vias terrestres, entre o setor censitário de residência do usuário e o serviço de dispensação em que ele estava referenciado. Dados socioeconômicos sobre o território de análise foram obtidos através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados relativos às vias de transporte foram obtidos do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software R e as análises espaciais foram realizadas utilizando o software QGIS. Resultados Durante o ano de 2015, as farmácias do CEAF-SES-MG realizaram 245.548 dispensações de antipsicóticos atípicos para 13.173 usuários distintos. As unidades Belo Horizonte, Divinópolis e Uberlândia foram responsáveis por atender 46% da população que utilizou os serviços de dispensação no período avaliado. O tempo de dlocamento médio dos usuários até os serviços de saúde por vias terrestres foi de 97±58 minutos, com uma distância média de 81±45km. Os usuários atendidos pela unidade São João Del Rei apresentaram a menor média de tempo de deslocamento (45±22 minutos), enquanto os usuários atendidos pelas unidades Montes Claros e Uberaba apresentaram as maiores médias, sendo 158±76 minutos e 158±69 minutos, respectivamente. Considerando as mesorregiões do estado, os tempos de deslocamento foram menores na Zona da Mata (61±40 minutos), Campo das Vertentes (75±53 minutos), Sul/Sudoeste de Minas (82±70 minutos), Vale do Rio Doce (92±54 deslocamento foram maiores nas mesorregiões Central Mineira (109±56 minutos), Vale do Mucuri (115±61 minutos), Jequitinhonha (120±67 minutos), Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (122±46 minutos), Norte de Minas (138±64 minutos) e Noroeste de Minas (135±64 minutos), que também apresentaram uma maior quantidade de estradas não pavimentadas. Discussão e conclusões O tempo de deslocamento médio dos usuários até as farmácias do CEAF-SES-MG foi elevado e foram observadas variações consideráveis entre as diferentes unidades de dispensação e regiões do estado. Nas mesorregiões com maiores tempos de deslocamentos e distâncias, há também maior número de estradas não pavimentadas, o que pode acrescentar barreiras ao acesso. As dificuldades de acesso a medicamentos podem impactar a adesão à terapia medicamentosa e estar associadas a piores desfechos em saúde. Estudos de acessibilidade geográfica através de técnicas de análises espaciais podem ser úteis para discussões sobre ações que visem melhorar o acesso aos medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde
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