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Introdução: Mesmo com os avanços recentes sobre a biologia da doença e em relação a marcadores prognósticos, por meio de técnicas laboratoriais modernas, muito pouco tem se avançado em drogas no tratamento de leucemia mieloide aguda (LMA) em adultos. Geralmente, a maioria dos pacientes é submetido a indução (3+7), consolidação com altas doses de citarabina e transplante de medula óssea alogênico e;ou autólogo. Nas recaídas, as quimioterapias empregadas possuem esquema com fludarabina e/ou mitoxantrone. Não há evidências científicas que orientem manutenção nas LMAs. Caso a parte, é o tratamento da leucemia promielocítica com protocolo de antracíclicos + ácido trans-retinóico (ATRA) ou trióxido de arsênico (ATO) na indução e nas consolidações em conjunto com citarabina e mitoxantrona, com manutenção de 2 anos; em refratários, o uso de trióxido de arsênico é realizado, bem como transplante alogênico e ou autólogo. Todos esses tratamentos idealmente devem ser seguidos após estudo minuncioso de aspectos moleculares a fim de que se possam ser planejados os melhores tratamentos, como é o caso da inclusão do gilteritinibe, naqueles refratários e recaídos FLT3+. Objetivo: descrever dois casos clínicos de pacientes portadores de LMA – M4 na primeira remissão e LMA-M3 recaída e refratária submetidos a transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo. Materiais e método: Após consentimento fornecido pelos pacientes, revisão da literatura (DeCs: Leucemia Mieloide Aguda; Transplante de Medula Óssea) foi realizada e coleta dos dados clínicos e laboratoriais dos prontuários. Descrição dos casos: Caso1, mulher, 37 a, sem doador HLA compatível, com diagnóstico de LMA-M4, foi submetida a indução 3+7 e 2 ciclos de consolidação com altas doses de citarabina, seguido de TCTH autólogo em 2017. Caso 2, mulher, 31 a, sem doador HLA compatível, LMA-M3 em 2018, protocolo de indução com ATRA e daunorrubicina, seguidos de 3 consolidações e manutenção (ATRA, metotrexato e 6-mercaptopurina), porém com 11 meses da manutenção apresentou recaída com 21% de promielócitos e positividade de PML-RARA, sendo reinduzida com ATO e encaminhada ao TCTH autólogo. As duas pacientes relatadas não apresentaram complicações graves relativas ao transplante e seguem ambulatorialmente. Infelizmente, essas pacientes não tiveram as mensurações das suas doenças residuais mínimas, uma vez que este exame se encontra indisponível na instituição. Discussão: Principalmente nos anos 1980 e 1990, o transplante autólogo para as leucemias agudas era considerado um bom regime de consolidação, com o avançar dos TCTH alogênico e um melhor manejo das complicações, este foi o tratamento de escolha. Ao revisar a literatura, ainda há na atualidade escassez de estudos comparativos nos diversos subtipos de LMA, com diversos fatores prognósticos que garantam o estabelecimento do tratamento livre de complicações e com desfechos de melhor sobrevida e menor mortalidade. Conclusão: através da literatura revisada e dos casos apresentados, acredita-se haver sim um papel para alguns pacientes, com consequente aumento de sobrevida e menores complicações do TCTH autólogo, quando comparados com o alogênico no que diz respeito às leucemias agudas. |