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Este artigo analisa diferentes práticas de memória entre populações subalternizadas, em sua luta contra a violência e o esquecimento. Para isso, observamos os processos de produção de três homenagens mortuárias, mas também de vandalização e/ou destruição de algumas delas, erigidas por instituições e/ou movimentos sociais. Destacamos a forma como a necropolítica direcionada às populações racializadas e subalternizadas da cidade aparece como elemento central na configuração das formas de lembrança. Dentre as homenagens identificadas na pesquisa, foram escolhidas para a presente reflexão: o conjunto de estátuas em homenagem aos estudantes mortos, no que ficou conhecido como “Massacre de Realengo”; as inscrições realizadas no local onde a vereadora Marielle Franco foi emboscada e assassinada; e o monumento erguido em homenagem aos assassinados na chacina do Jacarezinho. Atentamos, particularmente, às diferenças na forma como a memória é expressa no espaço, a depender do envolvimento e dos objetivos dos agentes memoriais. Argumentamos que, na atualidade, as materialidades são centrais para a compreensão das práticas memoriais em análise, com destaque à agência dos objetos e dos grupos sociais subalternizados. Concluímos que, por sua particular posição sociopolítica, tais grupos sociais e suas práticas de memória oferecem uma oportunidade histórica para a defesa dos direitos humanos e da justiça memorial. |