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Os dados sobre insegurança alimentar nos domicílios brasileiros coletados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2004 e 2009 são analisados com o objetivo de avaliar quais são as características de cada domicílio que afetam a probabilidade de ele apresentar insegurança alimentar moderada ou grave. Confirma-se a forte relação negativa entre nível da renda domiciliar per capita e a insegurança alimentar. Como entre 2004 e 2009 ocorreu substancial crescimento da renda e redução da desigualdade, com crescimento mais intenso da renda dos relativamente pobres, poderia se prever a queda na incidência de insegurança alimentar. Isso efetivamente ocorre para a insegurança alimentar moderada (cuja incidência cai de 12,3% para 6,5% dos domicílios) e para a insegurança alimentar grave (cuja incidência cai de 6,3% para 4,9% dos domicílios). Estranhamente, a incidência de insegurança alimentar leve aumenta de 16,1% em 2004 para 18,7% em 2009. O modelo de lógite estimado mostra que a redução na incidência de insegurança alimentar moderada ou grave foi maior do que o esperado com base no conjunto de variáveis explanatórias considerado. Quando se considera apenas a insegurança alimentar grave ocorre o inverso: a redução foi menor do que a esperada. Esses resultados são discutidos tendo em vista o caráter parcialmente subjetivo da escala usada para medir o grau de insegurança alimentar. |