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O trabalho apresenta um panorama atual da inovação no setor sucroalcooleiro pernambucano, cujo objetivo foi melhor entender as interações das empresas com as universidades e institutos públicos de pesquisa que têm promovido alguma inovação no setor. Adicionalmente, testou-se a hipótese, através do estudo de caso, de que o segmento supracitado preservou traços de sua história que legaram uma postura de setor pouco inovativo e dependente de proteção governamental. Parte de pesquisa mais ampla, o presente trabalho resulta de estudo de caso em que foram entrevistados agentes envolvidos com a interação U-E em usinas de açúcar, na instituição patronal e em instituições de pesquisa em Pernambuco. O estudo permitiu verificar que a inovação nesse setor ocorre de forma distinta em cada um dos três diferentes segmentos em que está subdividido: agricultura, indústria e transporte e mecanização. Na área agrícola, as empresas introduzem inovações que, no entanto, são desenvolvidas por instituições públicas de pesquisa existentes no estado, como a Ridesa e o Cetene, para quem as usinas e os pequenos produtores transferem esforços em P&D. Na área industrial e na de transporte e mecanização, as inovações são introduzidas por intermédio do sindicato patronal e de empresas de consultoria técnica que as importam de outras regiões ou países, enquanto o desenvolvimento de novos produtos não foi observado na indústria sucroalcooleira pernambucana. O foco das usinas locais é o mercado externo de açúcar por possuírem uma vantagem comparativa logística e contarem internamente com grande concorrência de produtores do Centro-Sul. Essa exportação do açúcar tem sido feita a granel, levando a crer que os produtores têm passado adiante parte importante da agregação de valor ao produto, deixando os procedimentos mais específicos, como criação de produtos finais diferenciados, para o importador e, por isso, perdendo oportunidades de inovar em produtos. A oferta de mão de obra, historicamente abundante, parece tender a uma escassez futura, levando as usinas a se movimentarem mais recentemente em direção à mecanização da colheita da cana. O capital externo parece desinteressado no setor, tendo em vista a menor automação da colheita da cana no estado; por conseguinte, a dinâmica tecnológica não sofre mudanças mais significativas que poderiam advir da chegada de empresas multinacionais, em princípio mais afeitas a investimentos em P&D e à interação mais intensa com instituições de pesquisa. |