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This essay is a tentative placement of Henry David Thoreau’s work within anarchism as a definite political system and libertarian thinking in general. To this end, a parallel is drawn with thinkers such as Pierre-Joseph Proudhon or Anselme Bellagarrigue, almost his contemporaries, and we try to analyze the depths of the author’s texts, especially those with the greatest immediate social impact. That is, we privilege the texts that display affinities with libertarian political thought as it was being elaborated in the Europe of the time. Notions such as “self-government”, rooted in the American liberal tradition, and “civil disobedience” are operative in this field, allowing for the author’s unsystematic but fruitful connection to libertarian thinking in general. The essay shall conclude by foregrounding the history of the American author’s reception by anarchist historians, who ignored him until the early twentieth century, that is, until Max Nettlau’s work. Only in the second half of the twentieth century did the author of the essay “On the Duty of Civil Disobedience” fully integrate all, even the most essential, stories of anarchism. Portugal did not escape this trend and the first known reference to Thoreau in the Portuguese libertarian press is from 1977. Resumo Trata-se da tentativa de situar a obra de Henry David Thoreau dentro do anarquismo como sistema político definido e do pensamento libertário em geral. Estabelece-se para isso um paralelo com pensadores como Pierre-Joseph Proudhon ou Anselme Bellagarrigue, quase seus contemporâneos, e ensaia-se perceber por dentro dalguns dos textos do autor, sobretudo aqueles que maior impacto social imediato tiveram, o que pode haver de afinitário com o pensamento político libertário tal como ele estava a ser elaborado na Europa do tempo. Noções como “auto-governo”, com raízes fundas na tradição liberal estadunidense, e “desobediência civil” mostram-se operativas nesse campo, permitindo uma ligação não sistemática mas fecunda do autor ao pensamento libertário em geral. Finaliza-se com uma chamada de atenção para a história da recepção do autor americano junto dos historiadores do anarquismo, que o ignoraram até ao início do século XX, quer dizer, até à obra de Max Nettlau. Só na segunda metade do século XX o autor do ensaio “On the duty of civil disobedience” passou a integrar de pleno direito todas as histórias, mesmo as mais essenciais, do anarquismo. Portugal não fugiu a esta tendência e só em 1977 se dá nota da primeira referência a Thoreau na imprensa libertária portuguesa. Palavras-chave: Thoreau; anarquismo; pensamento libertário |