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Resumo Neste artigo, discutimos um novo regime de poder, nomeado de Governamentalidade Algorítmica por Antoinette Rouvroy e Thomas Berns, que, crescentemente, vem operando na condução de nossas condutas. Diferentemente do poder disciplinar e da biopolítica, tal governamentalidade não tem por centro de gravidade os indivíduos ou as populações. Antes, por meio da mineração de dados e da produção de perfis, age tanto no nível infra-individual quanto supra-individual. Para problematizá-la, analisamos e colocamos em questão um dos seus modos de operação, os sistemas de recomendação e, dentre eles, focalizamos o caso da Netflix. Por fim, tensionamos os efeitos que os algoritmos que lhe constituem podem ter em nossos modos de subjetivação, já que, não raro, tendem a excluir de nossas experiências aquilo que é da ordem do imprevisto e que é capaz de fazer com que algo nos aconteça e nos transforme. |