INCIDÊNCIA DE MIELOMA MÚLTIPLO E NEOPLASIAS MALIGNAS DE PLASMÓCITOS ENTRE JOVENS E ADULTOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE ENTRE 2013 E 2022

Autor: MS Marçal, MPC Cibreiros, MAG Castro, LS Vasconcellos
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S1115- (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.1951
Popis: Objetivo: Analisar e quantificar a incidência e mortalidade de mieloma múltiplo e neoplasias malignas de plasmócitos entre jovens e adultos, na faixa de 20 a 59 anos, no estado do Rio de Janeiro entre 2013 e 2022. Material e métodos: Estudo epidemiológico, descritivo, em que foram utilizados dados secundários obtidos no Painel-Oncologia e Atlas de Mortalidade por Câncer da base de dados em saúde DATASUS. Foram calculadas as faixas percentuais de incidência e de mortalidade proporcional, por ano, associada às neoplasias malignas de plasmócitos e mieloma múltiplo, CID “C90”em Diagnóstico detalhado, dentro do recorte populacional UF de residência “33 Rio de Janeiro”, entre os anos de 2013 a 2022. Foram analisadas as faixas etárias de pessoas acometidas pela doença entre 20 e 59 anos, em comparação ao total de diagnósticos entre as idades de 0 e 80 anos e mais. Resultados: A incidência média de casos de mieloma múltiplo e neoplasias de plasmócitos em indivíduos de 20 a 59 anos no Rio de Janeiro entre 2013 e 2022 correspondeu a 37% dos casos dessas doenças diagnosticados no período (um total de 735), variando entre 29% (em 2020) e 43% (em 2016) dos diagnósticos por ano. Já em relação à mortalidade proporcional deste grupo etário, verificou-se uma média no período de 21,5%, flutuando entre 18,5% (em 2019) e 24% (em 2017) e totalizando 658 óbitos durante o intervalo de tempo estudado. Ou seja: enquanto pouco mais de um terço dos casos incidentes de mieloma ocorre em jovens e adultos, cerca de um quinto das mortes por tal enfermidade é registrada nesta coorte. Discussão: A prevalência do mieloma múltiplo é mais acentuada entre indivíduos nas sexta e sétima décadas de vida, sendo associada a hipótese de sua ocorrência majoritariamente nos indivíduos das referidas faixas etárias. Por outro prisma, entre os anos de 2013 e 2022, a média da incidência da doença em pessoas entre 20 e 59 anos foi de 37% do total de novos casos de mieloma múltiplo e neoplasias malignas de plasmócitos no estado do Rio de Janeiro, número considerável, por tratar-se de mais de um terço dos casos. Diante desses dados, é imperiosa a necessidade dos profissionais de saúde, principais responsáveis pelo diagnóstico da doença, ampliarem seu imaginário clínico para a ocorrência do mieloma múltiplo também em indivíduos fora das faixas etárias de maior prevalência da doença. Diante de sintomas como fraturas, dores ósseas, perda de peso considerável, anemia, infecções e redução da urina, é essencial que o profissional de saúde não se limite a idade do paciente, mas que considere a possibilidade da doença também em pessoas jovens. É nessa população, ainda, que se concentram as menores taxas de mortalidade pela doença e as maiores taxas de sobrevida, sendo a maior possibilidade do transplante de medula óssea um diferencial. Conclusão: Os resultados permitem concluir que, apesar de representarem mais de um terço dos novos casos notificados no período analisado, os pacientes com mieloma múltiplo entre 20-59 anos apresentam menor mortalidade em comparação à população acometida total. Em vista disso, precisamos compreender mais profundamente o comportamento da doença nesta faixa etária, incluindo suas características citogenéticas, biológicas e moleculares. Dessa forma, maiores e melhores oportunidades de tratamento poderão ser ofertadas a essa jovem população, visando por fim uma melhor qualidade de vida e um prolongamento de sua sobrevida global.
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