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A literatura infanto-juvenil é um objeto cultural da criança, mas também um material pedagógico muito presente nas escolas, nas famílias e nos outros espaços de socialização da infância. Esse artigo examina os livros infanto-juvenis ilustrados, cujo personagem principal é a criança negra, e que tenha a música como temática, a partir de dois estudos realizados na França e no Brasil. O objetivo é de observar a representação da criança negra e as abordagens da alteridade mediante análise de conteúdo. Nesses dois contextos, os livros são frequentemente objetos híbridos: um documento em papel, texto, imagem e som, um suporte pedagógico, artístico e identitário. Os resultados revelam que as referências e abordagens da alteridade são às vezes diferentes: na França, as imagens de crianças negras são inscritas nos territórios da África mitificada e da América segregacionista; no Brasil elas são associadas ao tema da identidade racial. Porem, seja no contexto francês ou brasileiro, podemos notar que diferentes limites aparecem e examiná-los supõe levar em conta a questão da interseccionalidade situada aqui em torno das relações sociais de classe, raça e gênero. |