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O imaginário feminino de beleza e sexualidade ainda se faz presente dentro do setor de turismo. Todavia, ao colocar a mulher brasileira como centro deste imaginário, verifica-se que há um processo de silenciamento desse sujeito, impossibilitando-o de se autorrepresentar. Tal silenciamento é visto por autoras pós-coloniais, particularmente Gayatri Spivak, como uma dupla subalternização desse sujeito: pelo patriarcado e pelo colonialismo. O presente estudo buscou, então, analisar, por meio da teoria pós-colonial de Spivak, como mulheres brasileiras, em um contexto de turismo no Norte Global, são subalternizadas por estrangeiros. Para isso, foram realizadas 14 entrevistas em profundidade com mulheres brasileiras, que viajaram a turismo para tais países. A análise mostra três reações diferentes de estrangeiros frente às entrevistadas após descobrirem as suas nacionalidades, além de discutir como a subalternidade de tais mulheres ocorre por meio de representações irreais da figura feminina brasileira; das violências psicológica e física sofridas por elas enquanto no exterior; e da figura masculina brasileira como seu salvador contra os estrangeiros. Não há espaço, portanto, para as entrevistadas serem mulheres no sentido Eurocêntrico do que vem a ser uma mulher, pois sua nacionalidade as coloca em uma posição de inferioridade e objetificação. |