PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO, RESPOSTA AO TRATAMENTO E SOBREVIDA EM PACIENTES ADULTOS COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA TRATADOS COM QUIMIOTERAPIA INTENSA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RIO DE JANEIRO

Autor: MRC Madeira, SJ Silva, SS Soares, LS Souza, ACAA Lima, AR Soares, RLR Baptista
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S376- (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.633
Popis: Objetivos: A leucemia mieloide aguda (LMA) é a mais comum no adulto. É uma neoplasia agressiva cujo tratamento para pacientes elegíveis consiste em quimioterapia de alta intensidade com intuito curativo, mas a toxicidade relacionada ao tratamento é uma preocupação. O objetivo desse trabalho é descrever o perfil clínico-epidemiológico, resposta ao tratamento e a sobrevida dos pacientes adultos com LMA em um hospital universitário no Rio de Janeiro. Material e métodos: Estudo observacional e retrospectivo de pacientes com diagnóstico de LMA e submetidos a quimioterapia intensa acompanhados no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) de 01/01/2010 a 01/12/2022. Coleta de dados realizada no prontuário sendo analisadas as características demográficas, clínicas, da doença e do desfecho clínico. Avaliadas as taxas de resposta e sobrevida global (SG). Características demográficas e da doença foram avaliadas por estatística descritiva. Sobrevida global foi estimada pelo método de Kaplan-Meier. Resultados: Foram avaliados 48 pacientes com diagnóstico de LMA submetidos a quimioterapia intensa. Idade mediana de 51 anos (19-70) e 54,2% do sexo masculino. LMA de novo foi a mais prevalente (32 pacientes, 66,7%) seguida da secundária à mielodisplasia (27,1%). 56,3% de risco citogenético intermediário. 64,6% apresentavam comorbidades, sendo a hipertensão arterial sistêmica a mais prevalente (16,7%). O protocolo 7+3 foi utilizado em todos os pacientes. 26 pacientes (64%) atingiram remissão completa (RC). Dos 11 pacientes refratários a indução, 7 pacientes (63,6%) atingiram remissão completa com o segundo ciclo de quimioterapia. 11 pacientes (22%) faleceram em aplasia durante a indução e 15 pacientes (31%) faleceram nos 60 dias do diagnóstico por toxicidade. 15 pacientes (31%) apresentaram recaída de doença. A SG em 5 anos foi 12,5% e a SG mediana foi 12 meses. A principal causa de óbito foi infecção que ocorreu em 19 pacientes (39,6%), sendo recaída ou refratariedade responsável por 33,3% dos casos. Discussão: Apesar da maioria dos pacientes ter sido classificado como risco genético intermediário, a nossa coorte não teve acesso a exame de NGS, o que sub estratifica essa população. A taxa de resposta a indução foi parecida com a descrita na literatura. A alta taxa de mortalidade durante a quimioterapia de indução foi mais elevada do que a descrita na literatura. A literatura sugere que os principais fatores de risco associados a essa mortalidade precoce são idade avançada (≥60 anos), pior performance status, alterações hepáticas e renais, e doença de alto risco genético, mas o N pequeno da nossa coorte não permitiu essa avaliação. A SG da nossa coorte foi inferior ao descrito na literatura (20-30%) e está mais associada a infecção do que a LMA refratária, o que sugere uma maior fragilidade desses pacientes à infecções oportunistas durante a fase de aplasia. Conclusão: A LMA é doença agressiva e heterogênea. É fundamental que tenhamos acesso, no contexto do sistema único de saúde (SUS), a exames prognósticos adequados que nos ajudem a definir os pacientes que se beneficiam de tratamento quimioterápico intenso e suporte para o manejo adequado das infecções oportunísticas nessa população, para melhorarmos o prognóstico desses pacientes.
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