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Introdução: A esquistossomose é uma doença infecto-parasitária de considerável morbidade a nível mundial e nacional, cuja incidência possui uma correlação inversa com as condições socioeconômicas locais. Entre os estados brasileiros endêmicos para a patologia, a Bahia possui a segunda maior prevalência e a maior área endêmica, com aproximadamente 60% de municípios afetados. As principais manifestações clínicas são causadas por uma resposta imune do hospedeiro à presença de ovos do S. Mansoni no intestino e fígado, que pode evoluir para a cronificação do quadro. Outrossim, a prevenção da doença urge uma abordagem multisetorial, com fomento, sobretudo, de práticas educativas, saneamento básico e combate ao vetor. Objetivo: Analisar a quantidade de notificações por esquistossomose na Bahia no período de 2019 a 2023. Método: Trata-se de um estudo realizado mediante coleta de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN), vinculado ao DATASUS. Os dados selecionados foram de infecção por esquistossomose na Bahia entre 2019 a 2023. Foram utilizados como critérios de inclusão da pesquisa o ano de registro, sexo, faixa etária e forma clínica da doença. Foram excluídos da análise raça/cor e demais patologias. Por utilizar de dados secundários de domínio público, não foi necessária a submissão no Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Entre 2019 e 2023 foram registrados 1.557 casos de esquistossomose na Bahia. O ano com maior número de casos foi 2023, contabilizando 546 (35,06%) notificações, seguido de 2022, com 299 (19,20%). O período com menor total de casos foi 2019, totalizando 272 (17,46%) registros. Quanto à forma clínica manifestada da doença, o acometimento intestinal mostrou-se prevalente entre as outras, com 554 (35,58%) notificações. Em relação ao perfil epidemiológico, o sexo masculino e a faixa etária de 40 a 59 anos apresentaram maior número, com 883 (56,71%) e 525 (33,71%) casos, respectivamente. Conclusão: Observa-se um considerável aumento do número de internações por esquistossomose entre 2019 e 2023. Implementos no Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (SISPCE) são uma hipótese para explicar este panorama. Contudo, há uma carência de estudos que explorem as causas deste fenômeno, sendo isto uma limitação deste trabalho. Ademais, o perfil epidemiológico com maior prevalência de internações coaduna com outros registros na literatura. |