CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE TUBERCULOSE RESISTENTE E DESFECHOS APÓS TRATAMENTO COM ESQUEMA CONTENDO BEDAQUILINA EM SERVIÇO TERCIÁRIO NA CIDADE DE SÃO PAULO

Autor: Vitória Annoni Lange, Carolini Cristina Valle, Denise do Socorro da Silva Rodrigues, Valdes Roberto Bollela, Erica Chimara, Paulo Roberto Abrão Ferreira
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 103613- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103613
Popis: Introdução: A tuberculose drogarresistente (TB-DR) é classificada segundo a Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde em monoresistente, polirresistente (PoliR), resistência a rifampicina (RR), multirresistente (MDR) e resistência extensiva (XDR). Entre os anos de 2015 e 2020, 7749 casos de TB DR foram notificados no SITE-TB. O tratamento da TB DR, requer quatro fármacos efetivos e em agosto de 2020 houve uma atualização no manual com a incorporação do uso da bedaquilina e delamanida no Sistema Unico de Saúde. O objetivo desse trabalho foi caracterizar os casos de TBDR notificados e avaliar os desfechos do tratamento com novo esquema com bedaquilina em um serviço de referência. Métodos: Estudo prospectivo e retrospectivo de uma série de casos que iniciaram uso da bedaquilina no Instituto Clemente Ferreira em São Paulo, entre 2021 e 2023. Os dados foram extraídos do SITE-TB e dos prontuários físicos dos pacientes incluídos no estudo. Resultados: Foram analisados 88 prontuários de pacientes que usaram bedaquilina, sendo 65% do sexo masculino. Em relação aos antecedentes: 14,9% possuíam história pregressa de privação de liberdade, 11,6% moravam em área livre, 32% abuso de álcool, 17,6% eram diabéticos, 58,6% tabagistas, 30% relataram uso de drogas ilícitas e 27,2% possuíam contato prévio com tuberculose. Sobre o tipo de entrada 75% eram casos novos, 9% entrada após abandono prévio, 6,8% após falência prévia, 5,6% mudança de esquema e 3,4% recidiva. Em relação ao perfil de resistência, 38,6% foram classificados como monoresistência a rifampicina, 27,2% MDR, 27,2% PoliR, 4,54% RR e 2,27% XDR. Do total de pacientes analisados 6,8% vieram a óbito nesse período, 19,3% abandonaram o tratamento e 3,4% tiveram cura. As reações adversas mais relatadas foram palpitações, dor torácica, sensação de morte iminente no primeiro mês, artralgia, parestesia e sintomas gástricos a partir do segundo mês. Conclusão: Pacientes com TBDR acumulam fatores de risco para desenvolvimento de TB. Um número significativo de pacientes (quase 1/3) iniciou tratamento com bedaquilina a partir do diagnóstico de monorresistência a rifampicina, provavelmente a partir dos resultados do teste rápido molecular. A maioria dos casos evoluiu para cura com uso do esquema com bedaquilina, no entanto ainda observamos altas taxas de abandono.
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