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A sincronia corporal entre mãe e bebê é essencial para a formação de vínculos seguros e para o desenvolvimento emocional e psicológico da criança. A presença de dispositivos eletrônicos pode promover alterações nessa sincronia, resultando em um sistema de interação empobrecido, o que pode afetar negativamente a capacidade da criança de regular suas emoções e estabelecer conexões sociais. A partir do escopo teórico da Fenomenologia Estrutural, um modelo teórico é apresentado sobre como o uso de telas, por pais e crianças, pode afetar o desenvolvimento nos dois anos iniciais, com impacto persistente para toda a vida. Conceitualizando a importância e o papel da a proto-intersubjetividade e da intercorporeidade, o artigo propõe um mapa que correlaciona as alterações epidemiológicas apresentadas com as alterações na estrutura psíquica do bebê. Esse artigo analisa, conceitualmente, as vias pelas quais o uso de tela nos primeiros 24 meses de vida promove alterações estruturais no psiquismo da criança. A realidade atual de nossa sociedade é o uso cada vez maior de elementos de tecnologia no cotidiano. Sendo assim, ampliar a nossa compreensão desse fenômeno pode nos ajudar a propor novas configurações, mais saudáveis, para o uso de telas. |