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O trabalho faz uma leitura das políticas públicas de produção e consumo de dados abertos, pela teoria de campos de ação estratégica. No Brasil, o campo de dados abertos governamentais caracteriza-se como emergente, já que ainda não está estabilizado. Percebe-se que cinco grupos atuam em dinâmicas de cooperação e enfrentamentos: Estado, Unidades Internas de Governança, organizações da sociedade civil, universidades e empresas. As dinâmicas do campo são influenciadas pela posse de recursos, ou capitais, nos termos de Bourdieu. Os capitais identificados são: técnico, social, simbólico, econômico e informacional. A partir de análises qualitativas de narrativas dos sujeitos pesquisados, o trabalho apresenta uma agenda para negociação e ação, envolvendo os diversos participantes do campo. Destaca-se que essas narrativas estão associadas às funções da transparência, que correspondem-se com as preocupações de governo aberto trazidas principalmente por agentes legitimadores internacionais. Sob o ponto de vista acadêmico, este trabalho contribuiu para mostrar uma forma de operacionalizar conceitos trazidos pelas teorias que tratam de campos de ação estratégica, sobretudo no que diz respeito ao estado de emergência de um campo, além de ter evidenciado pontos fortes e sugestões de aperfeiçoamento dessas teorias. |