Reprodução e larvicultura de Holothuria grisea Selenka, 1867 (Holothuroidea: Aspidochirotida) em laboratório: resultados iniciais no sul do Brasil

Autor: Guilherme S. Rupp, Robson C. Da Costa, Adriano W. Marenzi, Gilberto C. Manzoni, Idalício S. Da Silva
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: AquaTechnica, Vol 3, Iss 3, Pp 133-143 (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2737-6095
DOI: 10.5281/zenodo.5758271
Popis: A produção de formas jovens em laboratório é uma etapa fundamental para a implantação e desenvolvimento da aquicultura de pepinos-do-mar. No Brasil, poucos estudos nesse sentido foram realizados, sendo Holothuria grisea considerado o holoturoide com maior potencial para cultivo. Esta tem ocorrência no litoral brasileiro, até Santa Catarina, seu limite sul de distribuição. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de técnicas para indução à desova e cultivo de larvas de H. grisea, registrando-se seu crescimento, sobrevivência e desenvolvimento. Adultos foram coletados em substrato areno-rochoso na zona entremarés, na Armação do Itapocoroy, Penha, SC, Brasil em fevereiro de 2021. Após determinação do índice gonádico dos reprodutores, foram realizadas indução à desova e fertilização dos ovócitos. As larviculturas foram realizadas em sistema estático, com trocas de água diárias, e foram testados dois métodos: um com troca de água completa e outro com renovação parcial (80%), onde as larvas eram mantidas nas unidades de cultivo. O índice gonádico dos reprodutores apresentou-se baixo (0,85%). Dois exemplares responderam aos estímulos de indução, sendo uma fêmea, que liberou 150.000 ovócitos (135,8µm). Após 48 horas, verificou-se 23,3% de recuperação de larvas auriculárias iniciais (375,5µm). Decorridos 20 dias de experimento, foram observadas larvas auriculárias finais com comprimento médio de 876,8µm (±65,5) e a sobrevivência final foi de 0,51% (±0,04) no tratamento com troca total de água. Já no outro tratamento não houve larvas sobreviventes ao final do experimento. Com este primeiro ensaio de reprodução e larvicultura de H. grisea em seu limite sul de distribuição conclui-se que há possibilidade de induzir a desova e cultivar larvas de H. grisea utilizando técnicas empregadas para outros holoturoides, mesmo com baixo índice gonádico dos reprodutores. Torna-se necessário o prosseguimento de estudos para melhor compreensão do ciclo reprodutivo de H. grisea e determinar protocolos de cultivo adequados para esta espécie.
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