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A partir de Johnstone (1993) avançou-se na ideia de que o ensino de Química trabalha com a interação entre os aspectos macroscópicos, submicroscópicos e simbólicos. Didaticamente, é útil distinguir três perspectivas do conhecimento químico: o fenomenológico, o teórico e o representacional (MORTIMER; MACHADO; ROMANELLI, 2000). Com essas reflexões, foi possível obter resultados melhores no processo de ensino-aprendizagem de Química. Contudo, em face às exigências curriculares postas pela Lei 10.639/03, há uma demanda de propostas didático-pedagógicas que dialoguem os pressupostos da química com as questões étnico-raciais. Dessa forma, o presente trabalho discute a articulação da arte afro-brasileira em propostas interdisciplinares que envolva Artes e Química por meio da metodologia dos estudos comparados. Foram selecionadas a instalação Divisor 2, de Ayrson Heráclito e O Badado de Toinha, do Coletivo Catarse. A seleção dessas obras se justifica na utilização do dendê como o elemental central da narrativa artística. Uma vez que o dendê já foi descrito quimicamente por Silva et al (2017), buscou-se neste trabalho enfocar como que os aspectos fenomenológicos e macroscópicos podem ser utilizados para a leituras desses instrumentos artísticos-culturais. A presente proposição se justifica pela possibilidade de contextualizar fenômenos químicos por uma perspectiva positiva da negritude e assim contribuir com o desmantelamento do epistemicídio, a faceta intelectual do racismo. |