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O presente artigo apresenta a universidade enquanto um território contemporâneo e multifacetado, propício para a inserção dos coletivos indígenas como sujeitos acadêmicos. O objetivo é abordar de forma qualitativa o epistemicídio como uma das manifestações de racismo contra os povos originários presentes na educação superior e que impacta no caráter social universitário, reforçando seu papel eurocêntrico e menos plural – “monocromática”. Além da experiência dos autores com a temática, a revisão de literatura é o procedimento utilizado para se alcançar o objetivo pretendido. Brevemente, discute-se sobre a universidade pública brasileira no século XXI e seus desafios em face de grupos excluídos anteriormente do corpus acadêmico, realidade que vem mudando após a conhecida Lei de Cotas (Lei n. 12.711/2012), revista pelo congresso em 2023. O recorte deste artigo exclui as Licenciaturas Específicas e recai sobre os cursos de graduação regulares, bacharelados e demais licenciaturas, acessíveis via sistema de cotas. Verifica-se que atitudes de preconceito, discriminação e racismo, no seio universitário, perante os discentes indígenas, são práticas rotineiras, mas pouco se discute, o epistemicídio como sendo uma dessas atitudes, qual seja, a de desconsiderar as experiências, conhecimentos e contribuições culturais dos estudantes indígenas. O mesmo ocorre reiterada e sutilmente na vivência acadêmica em decorrência da organização curricular, da condução da pesquisa e extensão e da postura docente. Apresenta-se no artigo uma lista de indicativos para o enfrentamento ao epistemicídio e sua superação no território universitário brasileiro |