RELATO DE CASO: MUCOSITE SEVERA APÓS USO DE METOTREXATO EM PACIENTE PEDIÁTRICO

Autor: TS Hahn, GCL Bellini, AH Schuck, EW Silva, MFL Pezzi, LV Calderan, BK Losch, LM Lorenzini, ACF Segatto, A Kittel, KCN Corbellini
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 45, Iss , Pp S245-S246 (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2023.09.499
Popis: Introdução: A mucosite oral é um distúrbio comum, que afeta cerca de 20 a 40% dos pacientes que realizam quimioterapia, podendo ocorrer após a terapia antineoplásica com metotrexato (MTX), um dos agentes mais comumente associados. A mucosite pode tornar a alimentação dolorosa e difícil, podendo ser necessária nutrição parenteral (NPT) nos casos mais graves. Objetivo: Relatar um caso de mucosite severa, após uso de MTX, com necessidade de nutrição parenteral em um paciente com leucemia linfocítica de células T. Relato do caso: Menino, 13 anos, previamente hígido, procurou atendimento devido queixas respiratórias, dor de garganta, cansaço e tonturas, sendo realizado exames laboratoriais, que evidenciaram a presença de leucocitose severa (118.000 leucócitos/mm3), anemia (Hemoglobina de 9,6 g/dL) e plaquetopenia (62.000 plaquetas/mm3). Foi realizado biópsia de medula óssea evidenciando Leucemia Linfocítica de Células T, com sistema nervoso central negativo e cariótipo normal, sendo então instaurado protocolo BFM 2009. 8 dias após última quimioterapia, no ciclo HR1, paciente evolui com pancitopenia febril e mucosite grau 4, sendo necessário internação em UTI, durante esse período, sendo instituída NPT devido à gravidade dos sintomas álgicos, evoluindo com síndrome de realimentação devido grande período sem nutrição efetiva. Paciente permaneceu em regime de terapia intensiva por mais de 28 dias, evoluindo positivamente, seguindo com o tratamento após melhora clínica. Atualmente, mantém o tratamento sem sinais de doença ativa, utilizando laserterapia oral após as quimioterapias como medida preventiva de mucosite. Discussão do caso: O MTX está entre os três agentes citotóxicos mais comumente associados à mucosite, distúrbio que pode acometer todo trato gastrointestinal, mas que a dor geralmente resulta das úlceras orais, sendo a complicação dolorosa aguda mais comum associado à terapia antineoplásica. A mucosite oral geralmente se torna clinicamente evidente durante a primeira semana após a administração da quimioterapia, tal como foi observado no caso exposto. Os sintomas apresentados dependem do grau da mucosite, no caso em questão, a apresentação era ulcerosa grau 4, com alimentação impossibilitada. O quadro usualmente é autolimitado, resolvendo-se dentro de 10 a 14 dias após o início. O manejo da mucosite consiste na profilaxia adequada, com consulta odontológica pré-tratamento, e seu tratamento pode ser realizado com higiene oral adequada, analgesia, crioterapia, palifermina e laserterapia. A síndrome de realimentação pode ocorrer na primeira semana de retomada da ingesta alimentar. As complicações da síndrome podem ser reduzidas pelo controle e correção dos níveis de eletrólitos e de fósforo, e também pelo manejo das complicações cardiovasculares e pulmonares. Conclusão: Portanto, a quimioterapia com MTX é uma das principais responsáveis pelos casos de mucosite oral, sendo necessário, em alguns casos, espaçar as doses do medicamento nos ciclos subsequentes. Nos casos mais graves pode causar desnutrição devido às úlceras orais dolorosas, assim, quando a dor é refratária aos analgésicos, pode se fazer necessário a nutrição parenteral, estando atentos às complicações da síndrome de realimentação.
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