O espaço rural ou campestre na poética ceciliana
Autor: | José de Mota de Souza, Márcia Manir Miguel Feitosa |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2019 |
Předmět: | |
Zdroj: | Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade, Vol 4, Iss Espec, Pp 423-435 (2019) |
Druh dokumentu: | article |
ISSN: | 2447-6498 89951662 |
Popis: | O espaço rural ou campestre até o Romantismo foi muito explorado pelos poetas, perdendo destaque como elemento espacial do fazer poético com o advento da era moderna, sobretudo com o surgimento do Modernismo no século XX, no qual a cidade é o espaço escolhido para situar as experiências do eu-lírico. Em face desse quadro da poesia moderna, este trabalho busca analisar a relação experiencial do eu ceciliano com o espaço rural ou campestre, para evidenciar que, apesar do grande interesse dos modernistas pela atmosfera citadina, alguns poetas, como Cecília Meireles, souberam explorar temas já consagrados pela literatura. A poesia de Cecília Meireles, como salienta Damasceno (1958), transita com destreza entre a tradição e a modernidade, o que lhe confere, segundo Mário de Andrade (1958), ecletismo, podendo dessa maneira escolher com rara independência o que de melhor se ajusta à sua poética. O espaço rural ou campestre possui grande relevância na poética ceciliana, sendo resgatado de maneira seminal em Romanceiro da Inconfidência (1965). Para analisar a relação experiencial do eu ceciliano com esse espaço, os estudos da Geografia Humanista Cultural mostram-se muitos pertinentes, visto que, a partir dos conceitos de “geograficidade”, cunhado pelo geógrafo Eric Dardel (2011), e de “topofilia”, de acordo com a perspectiva experiencial de Yi-Fu Tuan (2012; 2013), podemos perceber de que forma o eu ceciliano experiencia o espaço rural ou campestre. Cabe ressaltar que, além de destacarmos o conceito de “espaço”, discutiremos também o conceito de “paisagem” que abarca todos os espaços estudados por Dardel, pois “a paisagem é a geografia compreendida como o que está em torno do homem, como o ambiente terrestre” (2011, p. 30). É na paisagem que o Homem pode descobrir-se ligado intimamente à Terra e habitá-la. Assim, nosso trabalho, em função da interdisciplinaridade entre literatura, geografia e filosofia, em especial a fenomenologia, visa a essa relação que emerge na poesia ceciliana. |
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