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Com um litoral de quase 8000 km de extensão, o Brasil obriga-se a gerir a Maricultura e práticas de mariscagem, e os impactos socioambientais decorrentes dos resíduos do consumo de seus recursos. A Engenharia Civil destaca-se nesse processo de gestão, buscando meios para minimizar esses impactos. Nesse contexto, a Etnomatemática pode apresentar-se como uma perspectiva ao diálogo entre as culturas acadêmica e marisqueira, juntamente com a Etnomodelagem, possibilitando a construção mútua de conhecimentos. Sob o olhar de duas pesquisadoras, da Engenheira Civil e do Programa Etnomatemática, este artigo toma por base uma investigação sobre a influência do uso das conchas de mariscos como agregado graúdo no concreto não estrutural e sua proposta matemática de substituição pelo agregado tradicional; discorrendo sobre esta possibilidade, em vias da sustentabilidade e do desenvolvimento socioeconômico, inclui reflexões acerca de viabilidades práticas do modelo matemático proposto. A expectativa é contribuir para o debate teórico e aproveitamento adequado dos resíduos do cultivo de mariscos, tendo em vista, especialmente, a relevância que o assunto pode ter para a Engenharia Civil, Etnomatemática, Ecologia, Economia, e o interesse comunitário que pode despertar na Educação, Ambiental, Comunitária, Matemática e em geral, e nas políticas públicas, no sentido de valorização e fortalecimento dos saberes e fazeres e projetos das comunidades marisqueiras. |