EVOLUÇÃO CLÍNICA, REAÇÕES TRANSFUSIONAIS E SEGURANÇA DA TRANSFUSÃO NOS RECEPTORES DE HEMOCOMPONENTES PROVENIENTES DE DOADOR COM SOROLOGIA POSITIVA E/OU PCR DETECTÁVEL PARA SARS COV 2

Autor: MBS Bulhões, CR Cohen, RE Boehm, GG Correa, JARA Corrêa, G Pasqualim, CV Batista, JVB Cardoso, BD Arbo, L Sekine
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S954-S955 (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.1623
Popis: Objetivos: Verificar a eficácia e segurança da transfusão de hemocomponentes de doadores com sorologia positiva e/ou PCR detectável para Covid-19. Material e métodos: Estudo observacional analítico, longitudinal e retrospectivo com 208 amostras de soro de doações de sangue feitas entre janeiro e março de 2021 no Banco de Sangue do HCPA. As amostras foram divididas em grupos Teste (GT), com 98 amostras reagentes em Teste Rápido e quimioluminescência para anticorpos IgG e IgM contra SARS-CoV-2 e/ou rtPCR para a avaliação da carga viral, e Controle (GC) com 110 amostras não reagentes em todos os testes. Os doadores foram avaliados quanto ao perfil demográfico, tipo de doação e de hemocomponentes transfundidos. Os hemocomponentes foram rastreados e os receptores foram avaliados quanto à idade, sexo, dados de internação, quadro clínico, reações transfusionais e testes diagnósticos para Covid-19 em até 28 dias após a transfusão. Excluíram-se receptores internados por Covid-19. Dados qualitativos foram avaliados através do teste de qui-quadrado, enquanto dados quantitativos foram analisados através dos Testes T de Student ou de Mann-Whitney. O nível de significância foi P < 0,05. Resultados: Das 208 amostras analisadas, 123 eram de homens, 105 de indivíduos com ensino superior e a média de idade foi de 38,9 anos. O GT foi associado a doações de sangue total de reposição (43,9%), enquanto o GC a doações espontâneas (63,6%). No GT, 50% das amostras foram positivas para IgM e 97% para IgG na CMIA. Três amostras com IgM reagente apresentaram IgG não reagente. O rtPCR foi não detectável em 99% das amostras, com 1 resultado inconclusivo. Foram transfundidos 381 hemocomponentes em 217 transfusões para 124 receptores: 93 do GT para 47 receptores e 115 do GC para 77 receptores. Os hemocomponentes mais transfundidos foram os eritrocitários. A média de idade dos receptores foi 43,4 anos, com 53% de homens. A maioria estava em leitos da Unidade Clínica (49,2%) e a mediana de internação foi 28 dias. 30,6% tinham doenças hematológicas. A frequência de reações transfusionais foi de 2,3%. 58,1% dos receptores não apresentaram alterações, enquanto 16,9% tiveram dispneia/dessaturação. Dos 36 pacientes com rtPCR e sorologia para SARS-CoV-2, 5 tiveram rtPCR detectável e 1 teve sorologia reagente. A taxa de alta hospitalar foi 80,6% e a taxa de óbito 40,3%, sem diferenças entre os grupos. Discussão: O perfil dos doadores foi formado principalmente por homens com ensino superior. Os dados de IgG e IgM sugerem uma alta prevalência de infecção prévia ou exposição ao vírus nos doadores do GT. O rtPCR foi não detectável em 99% das amostras, o que reforça a eficácia da triagem dos doadores para a segurança transfusional. A maioria dos pacientes não apresentou alterações clínicas após a transfusão. A alteração mais comum foi dispneia/dessaturação. O SARS-CoV-2 foi detectado em poucos receptores e sua origem não parece ter relação com as transfusões. As taxas de alta hospitalar e óbito foram semelhantes entre os grupos, sugerindo que a origem dos hemocomponentes não influenciou os desfechos clínicos. Conclusão: A prevalência de infecções e complicações foi baixa, e os desfechos clínicos dos receptores foram satisfatórios na maioria dos casos. Esses resultados ressaltam a segurança transfusional em relação ao Covid-19 e a importância de políticas rigorosas de triagem e monitoramento de doadores, bem como de um acompanhamento cuidadoso dos receptores.
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