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Kodamaea ohmeri é microorganismo teleomorfo do gênero Candida. É encontrada na indústria de alimentos para a fermentação de alimentos em conserva, cascas de árvores e frutas. Era considerado apenas contaminante, porém é um patógeno oportunista, que podem causar infecção em pacientes imunossuprimidos. Apesar de poucos relatos de casos, infecções sistêmicas isoladas e casos esporádicos tem sido relatado na literatura. Caso: M.C.L., 49 anos em tratamento de leucemia mieloide aguda, em resgate com venetoclax 400 mg/dia e Azacitidina 75 mg/m2, por recidiva 6 meses após transplante alogênico haploidêntico de medula óssea. Durante internamento iniciou com picos febris. Foram realizadas hemocultura de cateter totalmente implantado e sangue periférico, com crescimento em ambos de kodamaea ohmeri, identificado por espectrometria de massa pelo Vitek MS Prime. Tratamento iniciado piperacilina-tazobactam 4,5g 6 em 6 horas, antes de resultado de hemocultura, pois a paciente já estava em tratamento profilático com micafungina 100 mg/dia, devido a impossibilidade do uso do fluconazol por interação com venetoclax, além das outras profilaxias como aciclovir 200 mg/dia e sulfametoxazol/trimetoprima 400/80 mg/dia. Além disso evoluiu, durante internamento, para doença do enxerto contra hospedeiro sendo necessário pulso com metilprednisolona 2 mg/kg/dia. Após resultado de hemocultura com levedura foi necessário escalonar antifúngico para anfoterecina B lipossomal 5 mg/kg/dia e retirada de cateter. Paciente em estado crítico solicitado nova hemoculturas de controles e estipulado tratamento de 14 dias após hemoculturas negativas. Porém devido a gravidade do quadro e toxicidade do tratamento, paciente apresenta novo quadro febril, foi escalonado para meropenem 1g 8 em 8 horas e linezolida 600 mg 12 em 12 horas. No momento aguardando mielograma e imunofenotipagem para mudança do tratamento. Comentários: K. ohmeri é fungo oportunista e descrito como causador de fungemias, sendo muitas associadas a cateter venoso central. Patógeno difícil de identificar por vários métodos microbiológicos, muitas vezes confundido com outras candidas, devido ao aumento de métodos automatizados tem se mostrado mais presente. Infecções invasivas causadas por este organismo foram relatadas com mortalidade significativa de até 50%. Maioria dos estudos mostra que a anfotericina B (sem ponto de corte para antifungigrama) é o tratamento de escolha associado a remoção de dispositivos invasivos. |